Neste exato momento uma pessoa do seu convívio pode estar pensando em suicídio. Talvez você nem imagine…
Grande parte dessas pessoas não procuram ajuda porque sabem que somos mal preparados para ajudá-los sem julgá-los.
Suicídio é um problema complexo para o qual não existe uma única causa ou uma única razão. Ele resulta de uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais. Sua prevenção infelizmente, não é tarefa fácil. Elemento essencial para a prevenção é o aumento da disseminação de informação apropriada. Por isto, precisamos falar tanto sobre o suicídio.
Pensando em suicídio
Um dos falsos mitos sociais em torno do suicídio é que a pessoa que tem a intenção de tirar a própria vida não avisa. Suicidas frequentemente dão ampla indicação de sua intenção. Devemos ficar alertas à alguns sinais como, comportamento retraído, inabilidade para se relacionar com a família e amigos, mudança na personalidade:
- irritabilidade,
- pessimismo,
- depressão ou apatia),
- sentimento de culpa,
- de se sentir sem valor ou com vergonha,
- desejo súbito de concluir os afazeres pessoais (organizar documentos, escrever um testamento)
- e sentimentos de solidão, impotência, desesperança.
E como confirmar se a pessoa tem intenção de se matar? Pergunte para ela. Ao contrário da crença popular, falar a respeito de suicídio não incentiva o ato. Pessoas que pensam em suicídio relatam ficar aliviadas por poder falar abertamente sobre as questões com as quais estão se debatendo.
Mas, como perguntar?
Vá gradualmente:
Você se sente triste? Você sente que ninguém se preocupa com você? Você sente que a vida não vale mais a pena ser vivida? Você sente como se estivesse pretendendo cometer suicídio?
Você fez algum plano para acabar com sua vida? Tem remédios, arma, inseticida ou outros meios? Os meios são facilmente disponíveis?
Mas atenção! Todas estas questões precisam ser perguntadas com cuidado, preocupação e empatia!
E agora? Como lidar com uma pessoa com ideias suicidas?
Ouça, mostre empatia. Fique calmo, leve a situação a sério e verifique o grau de risco. Remova os meios (remédios, armas, cordas, etc) e fique com a pessoa.
Jamais ignore a situação, não demonstre estar chocado ou em pânico. Não fale que tudo vai ficar bem, não desafie a pessoa a continuar em frente. Não faça o problema parecer trivial. Não jure segredo e não dê falsas garantias.
Procure imediatamente um profissional de saúde mental. Resumindo, precisamos perder o medo de se aproximar das pessoas e oferecer ajuda. Ter alguém para conversar pode fazer diferença. 90% dos suicídios podem ser prevenidos!
Setembro Amarelo
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.