Alguns meses atrás, tive uma conversa com um amigo que estava esperando um bebê. Durante a gravidez, nós conversávamos a respeito da sua expectativa em relação à chegada do primeiro filho, quais seriam os desafios, as noites sem dormir, as coisas boas de ser pai, etc…
Nessa hora ele me disse que não estava muito preocupado, pois quem iria se virar era a sua esposa, já que a mãe era ela. Eu tentei argumentar, falei sobre a importância da participação do pai, ofereci uma inscrição no curso online da Vou Ser Pai, mas não adiantou. Ele nem quis saber disso!
Pai: com qual você se casou?
Saí desta conversa pensando assim: como um cara tão próximo a mim, esclarecido, gente boa, pode pensar desta forma? Quantos pais devem pensar e agir do mesmo jeito?
Felizmente isso vem mudando. Conheço vários pais que são totalmente ativos na criação de seus filhos e fazem isso com enorme prazer e amor. O próprio governo aprovou, há 1 ano, o aumento da licença paternidade de 5 para 20 dias, para empregados que trabalham em empresas cadastradas no Programa Empresa Cidadã do Governo Federal. Empresas como Natura e Twitter vão além. Na Natura os papais têm 40 dias de licença (exatamente o período do puerpério) e no Twitter eles têm direito a 5 meses!
Então por que será que ainda temos pais que não estão nem aí para a criação de seus filhos?
O pontapé inicial em querer participar, se envolver nisso tudo, deveria ser do pai, como às vezes é, de fato. Mas, na maioria das vezes (e eu vejo isso claramente na gestão do curso), é a mãe que “empurra” o pai para estas tarefas. E aí muda-se o foco!
Se o seu marido é desses que precisa de um empurrão, vá com calma. Não assuste o sujeito! Mostre a ele a importância da participação do pai na formação do caráter do filho, dos benefícios que isso trará para ele e para toda a família. Dê um livro de presente, ofereça um curso para que ele possa se orientar melhor, e principalmente:
Tire o foco da questão da “ajuda”
O pai não pode sentir que ele é um mero ajudante, um pagador de contas. Ele tem que se sentir parte integrante desse processo. Ele deve perceber a importância dele nisso tudo. Por mais idiota que isso possa parecer, o homem sente que, com a chegada do filho, ele só vai ter mais trabalho e que perderá algumas atividades de lazer que ele estava acostumado a fazer antes do filho nascer.
Por fim, eu sei que é meio estranho ter que deixar um conselho destes, mas não dá pra fugir da realidade e pior ainda é ter somente a postura da queixa e do lamento.
Faça a sua parte! Mude o foco a favor do seu filho, da sua família e traga seu marido para o jogo! Você irá aumentar em muito as chances de ter ao seu lado um ótimo pai para seus filhos.