E o grande dia chegou! Depois de meses de preparação, finalmente iríamos a Nova York com crianças. A cidade aparece em vários desenhos e filmes, então todos estavam ansiosos para conhecer de perto a Big Apple.
Chegamos cedinho no aeroporto JFK e assim que saímos da imigração vimos nossa motorista nos esperando. Já sabia que iríamos chegar cedo no hotel, então paguei por um “early check-in”. Enquanto arrumavam o quarto fomos comer em um café na esquina do hotel. Chave do quarto na mão, deixamos nossas malas e fomos aproveitar a viagem. Nossa primeira parada foi o Rockfeller Center, que tem várias lojas legais como a da Lego, uma praça que vira rinque de patinação no inverno, várias opções de lanchonetes e restaurantes e o Top of The Rock, com uma linda vista da cidade. Na bilheteria do observatório adquirimos o CityPass para nós adultos e para as crianças maiores (6 e 7 anos). Nossa caçula de 3 anos não pagaria entrada, então não valia a pena comprar o passe para ela.
Estava bem frio e nublado, mas nada que nos desanimasse. Seguimos para o MoMa, um dos meus museus favoritos. Chegando lá, fomos direto almoçar no café, uma pausa sempre agradável com direito a lápis e folha para colorir. Vimos o acervo sensacional, uma exposição sobre infância, Degas, Jackson Pollock e passeamos no jardim das esculturas. Ficamos até a hora do museu fechar e depois fomos comprar casacos na Uniqlo, uma loja japonesa que tem peças bacanas com preço justo. Voltamos a pé para o hotel, que era bem perto. Crianças no quarto, fui comprar coisas para o café da manhã e lanche do dia seguinte.
Depois de uma excelente noite de sono, fomos ao Central Park. Nossa primeira parada foi no Central Park Zoo. O leão e o urso polar se mudaram para o Bronx Zoo, mesmo assim vale o passeio. Os pinguins ainda estão por lá, além do leopardo das neves (foto abaixo), dos ursos pardos e macacos. Ao lado do zoo há um cinema 4D da Era do Gelo super divertido. E um zoológico para crianças pequenas que é uma gracinha, o Tisch Children’s Zoo. Se sua família é grande e você pretende visitar outros zoos na cidade e o aquário, pense em adquirir o WCS membership.
Paramos para comer um lanchinho em um dos milhares de bancos espalhados pelo parque. Preste atenção nos nomes das placas, cada um deles foi doado por alguém. Depois vimos um show de hiphop e acrobacias, tiramos fotos na estátua do Balto e vimos um pocket show de música gospel a caminho da Bethesda Fountain. Os meninos ficaram doidos para andarem de barco, mas deixamos para uma próxima vez. Apesar do frio eles não resistiram aos picolés de personagens de um dos carrinhos do parque. Enquanto isso estávamos caminhando em direção ao American Museum of Natural History.
Quando chegamos ao Museu de História Natural vimos que mesmo com os passes, as filas são grandes e há algumas taxas extras. As exposições especiais são cobradas à parte, então é bom se programar para esse custo extra pois elas são imperdíveis. Almoçamos na lanchonete do subsolo, que é o lugar preferido das famílias. Por isso fica bem cheio e o cardápio não é o mais saudável do mundo, mas sacia a fome. O museu é muito grande (veja o filme Uma Noite no Museu) e optamos por ver o filme do planetário e a exposição “Dinosaus among us” que mostra a evolução deles até virarem pássaros (foto abaixo). Esse programa é imperdível e a lojinha do museu tem brinquedos científicos difíceis de encontrar nas lojas comuns.
Quando os meninos cansaram, voltamos para o hotel e depois fomos ao Gazillion Bubble Show. A dica é procurar por ingressos promocionais. O espetáculo é apresentado em um teatro pequeno e as crianças menores ficam mais encantadas. Bolhas de sabão são sempre legais, né? Se forem só adultos, não vale a pena. Ah, fuja dos artigos promocionais ao final do show. De lá fomos para o hotel a pé, passando pela Times Square. Os meninos adoraram as luzes e as lojas!
Um dia de sol entre muitos cinzentos
Amanhecemos com um dia maravilhoso! Ainda estava frio, mas o céu azul nos convidou a explorar o Intrepid Sea, Air & Space Museum. Pegamos um ônibus para os meninos não se cansarem tanto com a caminhada e para o dia durar muito. Ao entrar nele vimos que teríamos que pagar 5 dólares em moedas de 25 centavos, pois não tínhamos comprado os Metrocards. As crianças não pagavam tarifa, mas é claro que não conseguimos tanto trocado. O motorista aceitou o que conseguimos e descemos do ônibus morrendo de vergonha. Como em outros museus, o passe não cobre todas as atrações, mas dá desconto nelas. Passeamos dentro do porta-aviões, vimos o ônibus espacial, os meninos brincaram nos simuladores, aproveitaram até. Depois fomos pegar os ingressos do citytour de barco, que fica pertinho. Como o horário era mais tarde, deu tempo de almoçarmos em um café bem gostoso ali por perto.
O passeio de barco é interessante, mas já fiz um em um barco menor (NY Water Taxi) que é bem mais confortável e dá pra ver melhor as atrações como a Estátua da Liberdade. O ponto alto do dia foi brincar no Tom Otterness Playground. Ele fica entre arranha-céus, então é um oásis infantil. Ah, ao lado dele tem um próprio para cachorros, o que evita muitos problemas. Os meninos amaram e não queriam ir embora, mesmo em um frio congelante. A Time Out tem uma lista bem legal de playgrounds e no guia impresso eles sinalizam vários no mapa da cidade.
O tempo não melhorou, mas resolvemos ir ao Bronx Zoo mesmo assim. Ele fica um pouco afastado do centro, mas vale super a pena. É um parque lindo e enorme pelo qual você encontra os habitats dos animais. Chegue bem cedo para conseguir aproveitar tudo. Em todos os lugares você tem algo a aprender e sempre enfatizam a importância de preservar a natureza e respeitar os animais. Fomos na segunda-feira, então a maior parte das lanchonetes estava fechada e o zoológico estava bem vazio. Leve lanchinhos na bolsa para contornar surpresas como essa, foi a nossa sorte.
Pegamos o primeiro dia de monorail, que funciona a partir do fim da primavera até o outono. É um passeio bem gostoso com um guia animado e estava incluído no nosso WBC membership. Outras coisas legais: o cinema 4D do Rio, o carrossel de insetos e o jardim de borboletas. Ainda deixamos muito por fazer, então voltaremos com certeza!
Epa, tem criança no museu!
Não podíamos deixar de ir ao Metropolitan Museum. Os meninos adoraram as antiguidades e Benjamin ficou enlouquecido com os cavaleiros e as armaduras de samurais. Eles também ficaram encantados com as obras de arte, principalmente com as contemporâneas. Aurora se apaixonou pelos colares e ornamentos e Valentina, bem, se sentiu a rainha do Egito. Como o museu é gigante, paramos para almoçar com calma no restaurante que tem vista para o Central Park. Se puder, é excelente para renovar as energias.
Uma vida não é suficiente para conhecer e aproveitar tudo em Nova York com crianças. Nossos últimos passeios foram pelo Highline, que é uma antiga linha férrea que foi renovada como um parque suspenso. São várias partes e alguns prédios vizinhos colocaram obras de arte que podem ser usufruídas tanto pelos moradores quanto pelos visitantes do parque. A vegetação é nativa do local. Descemos um pouco no Chelsea Market para almoçarmos e depois retomamos nossa caminhada. Ao final do Highline está o Whitney Museum com sua nova e incrível sede. Adoramos a exposição com o tema retratos, as esculturas na parte externa dos andares e a vista da cidade.
Nos despedimos da cidade com uma visita inesperada ao Copper Hewitt Museum. Para quem não conhece, ele é um museu da fundação Smithsonian que é especializado em design. Estávamos por perto no Museum Mile e como o Guggenheim estava fechado, resolvemos visitá-lo. Só posso falar que foi sensacional. O adulto pagante recebe uma caneta com a qual salva todo o passeio feito pelo museu. Você pode marcar o que mais gostou para ver em casa, não é demais? Os meninos desenharam na exposição da Pixar, brincaram nos jardins e interagiram nas mesas espalhadas pelas exposições. Além disso, tiveram contato com diversas formas de design em um só lugar. Imperdível e inesquecível.
Espero que a nossa viagem ajude a inspirar a sua. Definitivamente, Nova York é um lugar que acolhe crianças de 0 a 100 anos.