Acabo de me tornar padecente. Sou mãe do Ian, Bióloga, Mestre em Comportamento Animal e Adestradora de Cães aqui em BH. Sabendo que a convivência entre filhos de quatro patas e filhos humanos (que ainda nem chegaram ou que já estão correndo pela casa) enchem a cabeça das mães de expectativas, dúvidas e inseguranças, espero aqui conseguir compartilhar um pouco de minhas experiências e conhecimento.
Para início de conversa escolhi abordar um assunto corriqueiro entre mães grávidas que têm cães ciumentos: o bebê vai chegar, o que devo fazer com meu cachorro?
O mais importante é sabermos que noventa por cento dos problemas de adaptação de cães a bebês recém-nascidos giram em torno do caráter repentino das mudanças: no dia em que o bebê nasce a casa fica vazia, o cachorro perde os passeios, o acesso ao quarto, ao sofá macio, ao colo aconchegante do dono e perde a atenção, uma vez que a partir desse momento nossa dedicação se volta quase que exclusivamente ao que eu costumo chamar de “bolha da maternidade”. Um mundo à parte. Além de tudo isso, se bobear ele ainda ganha uma bela bronca se mete o focinho onde não é chamado. Este contexto certamente provocará estresse, o surgimento de comportamentos indesejados e até mesmo patologias. Temos que concordar que nesta situação até eu teria problemas para me adaptar!
Podemos tornar o processo de adaptação menos sofrido para nosso melhor amigo se as mudanças já começarem a ser realizadas quase que no mesmo instante em que nos descobrimos grávidas. Mais fácil para o cão e mais tranquilo para nós, já que esta não será prioridade entre as muitas preocupações e novidades que surgem depois que o pequeno resolve sair da barriga.
Outro cuidado importante: cães aprendem por associação, ou seja, a consequência imediata de um determinado comportamento mostra para ele as regras do jogo. Se toda vez que o bebê estiver por perto o cão levar uma bronca (“Saí Totó! Passa fora!”), bastarão algumas poucas repetições desta situação para que ele associe a presença do bebê às broncas. Pronto, acabamos de ensinar ao cão como não gostar do bebê…
Mais um erro bastante comum: a dona espera que o bebê durma para dar atenção ao peludo. O que estamos ensinando para o cão aqui? Que ele somente ganha atenção quando o bebê não está por perto. Nessa altura do campeonato ele odeia aquela fofura inofensiva que dorme no berço.
Imagino que agora vieram à tona outros tantos exemplos em que vocês conseguiriam relatar as associações equivocadas que utilizam com seus cães (muitas vezes sem intenção).
No próximo post, vou enumerar algumas dicas básicas que auxiliarão vocês neste processo de adaptação para a chegada do bebê. Até lá!
Caso tenham outras dúvidas ou gostariam de ver outras questões abordadas, não deixem de me escrever: [email protected]
A gente vai aprendendo todos os dias com a maternidade … aprendemos até mesmo como cuidar do nosso cãozinho rsrsrsrs …
Quando meu primeiro filho nasceu fiquei os primeiros 30 dias na casa da minha mãe , no interior e meus filhos de 4 patas não foram comigo … ficaram por aqui em BH com meu marido . Ele ia aos finais de semana e no primeiro e segundo levou os doguinhos com ele, depois não levou mais … desconfiei que algo de errado estava acontecendo. Quando retornei , a Pituxa, minha “mocinha” estava com simplesmente 16 feridas pelo corpinho … diagnóstico : depressão !!! Ficou tão triste de sair de perto da mamãe aqui que se coçava o dia todo e abria ferida de tanto coçar !!! Quase morri de dó !!! Tratamos a depressão e a ferida e ficou tudo bem 🙂 Quando tive o segundo filho , não só não desgrudei dos dogs como participei com eles de cada etapa do bebê !!! Deu tudo certo e meus 4 filhos ( 2 crianças e 2 doguinhos ) se dão super bem !!!