Um final de semana destes aí foi aniversário de uma menina que trabalha comigo. A filha dela tem mais ou menos a mesma idade da Duda e a convidou para dormir de sábado para domingo, depois da festa, na casa dela. Acontece que seria a primeira vez que a Duda ia dormir fora de casa.
Então passamos o dia conversando sobre esta possibilidade. Ela estava toda empolgada, se sentindo uma “miniadulta”. Arrumamos a bolsa com as coisas que ela iria levar. Ela decidiu levar apenas 1 bicicleta, 4 almofadas – para fazer guerra de travesseiro à noite – e uma bolsa com roupas. Só isso!
Dormir fora de casa pela primeira vez
Fomos para o aniversário na hora do almoço, o plano era deixá-la por lá quando eu viesse embora. Eu pensei: Se ela não quiser dormir, tudo bem, no final do aniversário voltamos todos juntos. O problema vai ser se ela resolver ficar e me ligar no meio da noite para buscá-la… Não deu outra!
Cheguei em casa, fiz a Gabi dormir e, lá pelas 23h, a mãe da amiguinha me liga:
– Fernando, a Duda quer falar com você.
– Papai, eu quero você. Estou com saudades. Não quero dormir aqui!
– Beleza filha, o papai vai aí te buscar.
O que parecia ser uma coisa simples não foi. Minha ex-esposa estava viajando de férias e eu estava num “mega plantão kids” de 20 dias com as meninas. Então, para ir buscar a Duda, eu tive que colocar a Gabi dormindo dentro do carro e depois, na volta, subir com uma de cada vez. Mas deu tudo certo!
Quando eu cheguei lá, fiz questão de demonstrar a ela que eu estava ali para acolhê-la, para dar carinho e para mostrar a ela que o que tinha ocorrido era muito normal e tranquilo para mim. E que outro dia a gente poderia tentar de novo se ela quisesse. Ela entrou no carro, me deu um beijo, virou para o lado e dormiu. Voltamos para casa e dormimos.
Acredito que várias coisas possam ter interferido para que ela não estreasse a sua primeira noite fora de casa. O fato de a mãe estar viajando, de ela nunca ter dormido fora (continua sem dormir!) e por aí vai…
O mais importante nisso tudo é como tratar essa questão com as crianças. Como fazer com que uma situação destas não vire uma frustração, uma espécie de trauma, de bloqueio para elas. Afinal de contas, uma criança de 5 anos é apenas um bebezão em fase de amadurecimento, não é mesmo?