Dádiva de Deus

Em maio de 2013 escrevi aqui sobre a perda do meu segundo filho, sobre o “não querer ter outro”, sobre como passei por tudo e tentava superar… escrevi meu sonho durante a gravidez do Arthur, eu com um menino de cabelos castanhos e lisos e uma menina de cabelos claros e cachos, seria uma dádiva de Deus.

Por linhas tortas

Depois de tudo que passei, quase um ano depois, resolvi procurar outra ginecologista, fazer exames para ver se estava tudo bem, se eu poderia ter outro filho como Arthur e Francis tanto queriam.

Arthur orava e pedia “Papai do Céu manda um neném para o papai, a mamãe e o Arthur. Ah! Mas manda uma irmã, porque um irmão já tenho o que está no céu”. E a mamãe aqui quase morria ao ouvir suas orações!

Foto: Nikollas Campos
Foto: Nikollas Campos

Giovanna: Dádiva de Deus – por Marize Portes

Comecei a fazer os exames e, no dia 18 de dezembro de 2013, dia em que completava um ano que eu havia perdido o Bruno, com 22 semanas de gestação, descobri estar grávida novamente.

Comprei um teste de farmácia, fiz escondida no trabalho e mandei a foto para o marido. Surpresa! Susto! Medo de passar por tudo novamente! Resolvemos não contar para ninguém até 12 semanas.

Fomos contanto aos poucos para a família e os amigos, antes do que tínhamos falado, mas só “publicamos” mesmo, em fevereiro, ao completar as 12 semanas iniciais. Só aí contamos também para o Arthur, que correu novamente à varanda do meu quarto e agradeceu a Deus pela irmã, mesmo sem sabermos ainda o sexo. Mas ele tinha certeza que era uma menina!

Alegria! Com 16 semanas a confirmação: era uma mocinha! Giovanna, Arthur escolhera o nome. Nunca imaginei uma filha chamada Giovanna, mas ao pesquisar… Dádiva de Deus. Era isso mesmo que significava para nós, um presente de Deus!

Com 19 semanas meus pés começaram a inchar, o médico pediu para não fazer esforço, subir menos escadas, não pegar peso, mas que estava tudo bem. Com 20 para 21 semanas, consulta de rotina e SUSTO! Colo fino além do normal, não dava para fazer cerclagem, corria risco de perfurar a bolsa, repouso ABSOLUTO! Aff! E agora? Agora era ficar quietinha em casa para não correr risco dela nascer antes da hora, pois nessa idade não resistiria.

Mais uma vez Deus nos deu um desafio! Licença forçada, sem poder nem pegar Arthur no colo, só deitada, pernas pra cima. Mais uma vez Francis foi meu apoio. Ele e minha mãe foram meus braços, pernas e colo nesse período. Vovô Fernando e vovó Mônica também estavam sempre presentes. Tio Márcio e Alice eram presenças constantes em casa para me fazer companhia.

Fora eles, Deus me deu um “batalhão” de amigas espetaculares, as Burigatas foram minhas companheiras 24h por dia, mesmo de longe, o WhatsApp “bombava” o dia todo! Elas foram um porto seguro desde a hora que soube que tinha algo errado. Estavam em cada momento.  Alê correu para ficar comigo no ultrassom até Francis chegar, mandaram cesta de café da manhã, flores, remédios, Bel, Flavinha e Helô, sempre me visitando, organizaram chá de fraldas, Flavinha com mil ideias, Francis pensando com elas.

E ficaram comigo até quando Giovanna nasceu, aos 11 de agosto de 2014. Quando peguei o celular, estava cheio de mensagens delas, procurando notícias, comentando post de Facebook. Elas foram e serão sempre especiais na nossa vida! E não podia faltar a Paula, que mais uma vez esteve ao nosso lado, levando flores e tranquilidade na hora da Gio chegar e tia Xu e Luli, que virou tia Juju, que sempre estavam por perto!

Sem contar as PDA´s, Bebel, Renata, Lu Quintão, minha querida Mel Bracarense, que tanto me “ouviu” e me socorreu com remédios, entre outras tantas que se for escrever aqui  gasto o dia todo.

Fiquei deitada por 4 meses, de 10 de abril até 11 de agosto. Aos poucos comecei a sair para eventos do Arthur na escola, alguns almoços depois que o médico liberou para “momentos de lazer”, mas nada com muito esforço ou por muito tempo.

Giovanna nasceu forte e saudável, com 3,320kg e 49cm. Linda!

Hoje minha moça tem 1 ano e 9 meses e é exatamente como em meus sonhos, cabelos claros e cacheados, linda, esperta, geniosa e determinada. Um cisco que nos trouxe outro desafio: A APLV (alergia a proteína de leite de vaca). Mas isso é uma história, pra outro texto, em outro dia…

Mais uma vez vimos que Deus escreve certo por linhas certas mesmo, tortos somos nós, que não sabemos interpretar. E agora nossa família está completa, como nos meus sonhos e como Arthur pediu ao “Papai do Céu” com muita fé. E só temos a agradecer a esse Deus tão maravilhoso.

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