Estamos saindo de um ano em que a palavra que talvez mais tenhamos ouvido tenha sido “crise”. Sim, estamos vivendo “a crise”, para todos os lados: ouvimos que estamos vivendo crise política, crise econômica, que as famílias estão em crise, os valores em crise, até as igrejas estão em crise. E este fantasma chamado “crise”, que tanto nos assombrou em 2015, continua ameaçando em 2016 e há quem diga que, pelo menos as crises econômica e política, durarão até 2018. Os mais terroristas, anunciam que ainda não vimos a crise: que ela ainda está por vir. Crise, crise, crise…
Afinal, o que é uma crise e em que consiste este fenômeno?
Crise: Fatalidade ou Oportunidade?
A palavra “crise” vem do grego, krisis, que consistia em uma decisão tomada por um juiz ou por um médico, no qual eram avaliados os prós e os contras da sentença ou os sintomas da doença para que fosse tomada uma decisão. Na Teologia, o Evangelho de João usa a palavra “crise” 30 vezes no sentido de decisão e Jesus comparece como a crise do mundo, porque de alguma forma, faz com que as pessoas tomem algum tipo de postura perante o que é apresentado.
No mandarim chinês, a palavra crise é formada pelo caractere que significa perigo,e por aquele que significa oportunidade. Sun Tzu há milênios já disse: “Nos tempos de paz, devemos nos preparar para a guerra, e nos tempos de guerra, para a paz”. Na Psicologia, a crise é definida como uma fase de perda em que se pode colocar em questão o equilíbrio da pessoa, dependendo da forma em que ele reagirá diante dela: se sua postura será de adaptação ou de reação.
Assim, a rigor, podemos entender que a crise, é toda aquela situação que saiu do esperado, do planejado, do desejado, e por que não dizer, da mesmice. Sim, porque se está tudo na mesma (e “a mesma” vem sendo mantida por nós), está tudo bem, não há crise.
Vamos trazer um exemplo bem cotidiano: se estou pesando 60 kg, e estou satisfeita com o meu peso (ou conformada com ele), as coisas se mantém. Porém, se eu emagreço ou engordo 20 kg, esta variação trará um desconforto muito grande para mim – com 40 kg ou com 80 kg, minha imagem corporal mudará muito, trazendo inúmeras consequências. Este desconforto e estas consequências, me colocam em crise. Fatalidade ou oportunidade?
Se eu me ver exageradamente magra ou exageradamente gorda, e ficar presa nesta realidade, prostrar, chorar, reclamar, lamentar, eu ficarei estática perante o que eu suponho ter acontecido comigo. Eu me vejo como impotente ou incapaz e esta paralisia me vitimiza. Esta postura fará com que eu permaneça estagnada, ou me movimentando pouco, vulnerabilizada perante o que me ocorre – é algo de fora para dentro. Esta crise terá conotação de fatalidade: “por que isso aconteceu comigo?” e poderá ser o início de dias piores que virão.
Porém, se a forma como eu me vejo me traz desconforto, e a partir deste mesmo desconforto eu resolver tomar uma ATITUDE em relação a ele, naturalmente eu começo a entrar em movimento. Posso rever meus hábitos alimentares, ter vontade de fazer atividades físicas ou até mesmo o meu estilo de vida como um todo. Qualquer movimento que eu faça (ainda que seja apenas UM movimento), já haverá naturalmente e consequentemente, mudanças em meu benefício. Estas mudanças gerarão outros sentimentos, outras percepções, outras visões e outras atitudes, que me colocarão em movimento. A este movimento chamo de VIDA. Vida esta, que me foi proporcionada a partir de uma crise. A crise como oportunidade.
Como ser parte deste mundo em crise, certamente você, como eu, vive as suas crises. Elas podem estar no seu casamento, com o seu corpo, com o sentido que você dá para a sua vida, com a sua carreira, com os seus projetos de vida, com os seus pais, com os seus filhos, com sua vida financeira, com sua vida espiritual ou com o estilo de vida que você leva.
Quais são as crises que você vem vivendo? O que você está fazendo com elas? Se a partir delas, você vai perecer ou viver, realmente depende predominante de você. Como diz Carolina Yahne, uma renomada pesquisadora, você pode ser como uma abelha ou como uma mosca. Você pode ser como a abelha, que elege as flores, que mira o belo, que opta pela docilidade; ou você pode ser como a mosca, que elege o lixo, que mira no resto, que opta pelo fétido e pelo podre. Eu escolho ser abelha! E que venham as crises!
Parabéns disse tudo ?vamos ser abelhas com fé em Deus sempre ?lindo texto e muito edificante sábias palavras.
Parabéns pelo conteúdo Lívia Guimarães.