Num contexto em que nós mulheres exercemos diversas funções no dia a dia, fica cada vez mais curtinho o tempo que disponibilizamos para nos cuidar. Na hora de buscar alternativas para ficarmos mais satisfeitas com nossa aparência, as cirurgias plásticas têm sido bastante procuradas. Inclusive, muitas mães ficam insatisfeitas com seus corpos depois de uma ou mais gestações, especialmente com os seios e o abdome, e veem como solução a intervenção cirúrgica.
Pensando nisso, conversei com a equipe da Tempo Cirurgia Plástica e listei aqui as 10 maiores dúvidas das mamães quanto a alguns procedimentos. Neste primeiro texto, irei falar sobre as cirurgias de mama.
Cirurgia plástica – mamas
Antes de tirar suas dúvidas, entenda um pouquinho melhor sobre cada procedimento:
Cirurgia plástica nas mamas – As 10 maiores dúvidas
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Gravidez e amamentação: a cirurgia/prótese interfere?
Segundo o Dr. Thiago Degani, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, de modo geral, a cirurgia plástica não interfere na evolução da gravidez ou no desenvolvimento do feto, mas pode interferir na amamentação, como é o caso das mamoplastias redutoras. As pacientes que implantaram próteses de silicone raramente encontram dificuldades em amamentar.
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Quanto tempo depois de parar de amamentar pode-se pensar em operar as mamas?
Tecnicamente falando, deve-se esperar pelo menos 6 meses após a amamentação para operar as mamas.
Além disso, é importante esperar o corpo voltar ao normal, principalmente o peso. Não adianta fazer uma cirurgia e depois disso ter outra grande alteração corporal.
Também é essencial lembrar que existe todo um processo pós-operatório. Nele é importante ter a estrutura necessária para se recuperar. Pense se você poderá passar alguns dias em casa, ficar longe do trabalho por um tempo e que é preciso ter um acompanhante, pois, nos primeiros dias, você vai precisar de ajuda até para se levantar. Considere também pedir auxílio para cuidar do bebê.
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O silicone levanta as mamas?
Não. Pacientes com ptose mamária (queda das mamas) devem ser submetidas à mastopexia.
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Como funciona a mastopexia?
Essa cirurgia pode ser realizada com ou sem o uso de implantes de silicone e pode promover, além da ascensão das mamas, redução, manutenção ou aumento do seu volume. Vale ressaltar que a mamoplastia de aumento, sem mastopexia, não eleva as mamas.
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As mamas podem cair depois de mamoplastias?
Sim. Tanto após mamoplastias de aumento quanto após mastopexias e mamoplastias redutoras, o tecido mamário continua sob ação da força da gravidade e pode sofrer ptose (queda) com o passar do tempo.
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A sensibilidade nas mamas é alterada após as cirurgias?
Frequentemente, após as cirurgias das mamas (silicone, redução das mamas), observa-se uma alteração transitória na sensibilidade da região. Essa alteração é usualmente transitória e a sensibilidade vai voltando ao normal com o passar de 2 a 3 meses. Em raros casos, pode haver alteração definitiva na sensibilidade das mamas após mamoplastias.
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Quais os riscos da cirurgia de mama e qual a probabilidade de complicações?
Como toda cirurgia, esse procedimento possui riscos.
De acordo com o Dr. Thiago Degani, as operações estéticas das mamas são, em geral, extremamente seguras por serem cirurgias de superfície, não interferindo em órgãos vitais.
Os principais fatores que interferem na segurança de qualquer cirurgia são preparo do paciente, doenças preexistentes, tempo de cirurgia, assistência de equipe especializada e cuidados pós-operatórios.
As complicações em cirurgias das mamas envolvem riscos baixos de sangramento, infecção, seroma, necroses de pele e contratura capsular (endurecimento das mamas).
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Colocar prótese e histórico familiar de câncer de mama. Quais os riscos?
O histórico familiar, em si, não é contraindicação para mamoplastia de aumento. Os exames para identificar a presença de algo errado são bem adaptados à presença das próteses. Prova disso é que muitas pacientes que já tiveram câncer e que demandam acompanhamento muito mais rigoroso, tiveram suas mamas reconstruídas por implantes de silicone.
Um ponto que vale ressaltar é que, nesses casos, o ideal é evitar colocar a prótese pela via axilar (pela axila), pois grande parte dos diagnósticos de câncer de mama são realizados pela axila. É mais interessante dar preferência para os implantes colocados atrás do músculo para facilitar a visualização de qualquer alteração nos exames.
A rotina de prevenção do câncer de mama se mantém a mesma para as pacientes que possuem ou não próteses. Ou seja, os exames serão realizados normalmente.
Segundo a Dra. Marianna Meirelles, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a única diferença é que, durante a mamografia, algumas manobras fazem-se necessárias para tirar as próteses do campo de observação, a fim de facilitar a exposição do tecido mamário. A compressão do aparelho, apesar de gerar um discreto desconforto, não tem força o suficiente para romper as próteses.
Caso haja qualquer dificuldade durante o exame, existe ainda a possibilidade de realização de uma ressonância magnética, garantindo, assim, a segurança da paciente e a eficácia total do esforço de prevenção.
Então, fique tranquila. É importante não deixar de se cuidar e sempre informar ao técnico que opera o mamógrafo que você possui próteses de silicone. Assim você garante a adoção dos procedimentos corretos durante os exames.
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Existe o risco de trombose após uma cirurgia das mamas?
Quem pode nos informar mais sobre isso é a Dra. Marianna Meirelles:
“A trombose é uma das complicações mais temidas de uma cirurgia e consiste na formação de coágulos (ou trombos) no interior dos vasos sanguíneos das pernas e pode surgir no pós-operatório de uma cirurgia, principalmente quando é complexa ou tem uma duração muito longa. Isso ocorre porque a imobilização durante a cirurgia faz com que o sangue fique mais ‘grosso’, formando os coágulos. Na maior parte dos casos, isso acontece nas primeiras 48 horas de cirurgia, mas pode acontecer até o 7º dia do pós-operatório. É importante caminhar, elevar as pernas e fazer exercícios com as pernas. Usar medicações anticoagulantes, com recomendação médica, é mais um reforço no sentido de manter o sangue mais fluido e melhorar a circulação.”
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Quais foram os números relativos à satisfação das pacientes após a cirurgia de colocação de prótese de silicone para o aumento das mamas?
De uma maneira geral, o índice de satisfação nas mamoplastias de aumento é muito alto. As candidatas à mamoplastia de aumento dividem-se em 3 grupos:
- 79% buscam um aumento natural.
- 18,2% desejam um aumento maior, com uma aparência levemente artificial.
- 2,8% buscam algo discreto, pouco perceptível.
No estudo*:
- 19,4% das pacientes desejavam implantes maiores após 12 semanas de observação pós-operatória
- 3,7% desejavam ter optado por implantes menores
- 76,9% estavam satisfeitas com o volume das mamas. Esses valores se repetem em outros estudos que usaram modelos diferentes de seleção pré-operatória do volume do silicone.
As pacientes menos satisfeitas foram aquelas que buscavam um aumento levemente artificial nas avaliações pré-operatórias, o que pode orientar o cirurgião a optar por volumes maiores nesse grupo de pacientes. O estudo sugere também que a conduta do tipo “quem sabe é o doutor” e que não envolve o paciente na escolha do implante, tem maior incidência de insatisfação.
*Informações baseadas em estudo realizado na Austrália e publicado na revista científica Aesthetic e também na Plastic Surgery, em setembro de 2013.
Espero que tenha gostado das informações! Você pode ver mais no blog da Tempo Cirurgia Plástica.
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