Hoje vamos conversar um pouco sobre a APLV (Alergia à proteína do leite de vaca).
Alergia à proteína do leite de vaca
Segundo estudos, aproximadamente 2,5% dos recém-nascidos demonstram reações de APLV durante o primeiro ano de vida. É importante ressaltar que trata-se de uma enfermidade temporária que, na maioria dos casos, apresenta remissão espontânea até o terceiro ano de vida e em alguns casos desaparece ao final do primeiro ano. Na APLV o organismo da criança não reconhece uma ou mais proteínas do leite de vaca (caseína, β-lactoglobulina e α-lactoalbumina) e reage a elas.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito pelo pediatra de forma criteriosa, já que seu tratamento se baseia na exclusão completa de leite de vaca e derivados da dieta, ou seja, importante fonte de cálcio. A substituição deve ser feita de forma adequada para que sejam atingidas as recomendações nutricionais e não afetem o estado nutricional dessa criança.
Segundo a Dra. Sandra Vieira (gastropediatra), os sintomas são muito variáveis e incluem: dor abdominal, que pode expressar como choro/desconforto após a ingestão da proteína do leite de vaca; distensão abdominal, eliminação de gases, vômitos e regurgitação também desencadeados pela ingestão da proteína. Alguns pacientes ainda apresentam fezes muito líquidas e explosivas, eliminação de fezes com muco (aparência de catarro) e raias de sangue. Podem ocorrer também edema de lábio, língua ou palato (céu da boca) e anafilaxia (coceira, dificuldade para respirar, fechamento da glote = garganta).
Alergia à proteína do leite de vaca x Intolerância à lactose
Qual a diferença entre alergia à proteína do leite de vaca e Intolerância à Lactose? Algumas pessoas confundem e acham que é a mesma coisa.
A intolerância à lactose é a dificuldade do organismo para digerir e absorver o açúcar do leite (lactose) devido à diminuição ou ausência da enzima que faz sua digestão chamada lactase. Como a lactose não consegue ser digerida corretamente a pessoa pode apresentar gases, diarreia e cólicas abdominais ao consumir o leite de vaca.
A APLV é uma doença inflamatória, desencadeada pela exposição do indivíduo às proteínas do leite de vaca, porém é transitória. À medida que o paciente amadurece, o intestino também amadurece os seus mecanismos de defesa, tornando-o apto a digerir proteínas estranhas sem causar inflamação.
Tratamento
- O tratamento se baseia na restrição de leite de vaca e seus derivados da dieta da criança.
- Se estiver em aleitamento materno, recomenda-se que continue e que a própria mãe faça a dieta de exclusão e deverá ser avaliado se tem necessidade de suplementar cálcio.
- Caso a mãe não esteja amamentando recomenda-se a substituição por fórmulas hipoalergênicas, como por exemplo à base de aminoácidos.
- Aqui vale destacar que o recebimento da fórmula via Secretaria de Saúde é um direito do portador. Para tanto, é necessário seguir o protocolo específico em cada cidade.
- Caso a criança já esteja ingerindo outros alimentos é importante ficar atento ao modo de preparo das receitas para não ocorrer contaminação cruzada, separe utensílios para o preparo das receitas.
- Importante ler sempre os rótulos dos alimentos, nem sempre o termo “leite” estará presente na lista de ingredientes. Segue abaixo tem um quadro de alimentos que podem conter a proteína do leite de vaca, na dúvida ligue para o SAC do fabricante.
Sites que podem servir de consulta e troca de experiência. Neles vocês também encontram diversas receitas legais:
www.alergiaaoleitedevaca.com.br
É isso, espero que tenha esclarecido as dúvidas mais frequentes! Grande abraço!! Muita saúde para vocês e suas famílias! Até a próxima!
Clique aqui para conhecer a história da Fabiana e seus filhos que tiveram alergia à proteína do leite de vaca: