Mais uma notícia se espalha, achocolatados e o pânico nas redes sociais. Menino morre ao ingerir Itambezinho, e ainda entra uma matéria sobre um problema com o Toddynho que é de 2014 e as pessoas, enlouquecidas, passam a compartilhar também.
Vamos pensar um pouquinho? Por que só uma família teve reações? Por que o menino morreu tão rápido? O que o levaria à morte dessa forma? Quantas outras pessoas consumiram o mesmo produto do mesmo lote nesse mesmo período e não tiveram nada? Há outros registros que permitam concluir que o problema é com a fabricação do produto ou com o lote?
Basta pesquisar um pouquinho, o Sr. Google está aí para simplificar esse trabalho, que você vai achar várias matérias falando sobre um provável:
Criança morre ao beber achocolatado
Achocolatado que matou criança no Parque Cuiabá pode ter sido batizado
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a interdição cautelar do lote do achocolatado Itambezinho, fabricado pela marca Itambé. O produto interditado foi fabricado em maio de 2016 e é válido até o mês de novembro deste ano. Não entendi bem o embasamento deles para isso, mas ok, não vou me meter.
Veja bem, é uma medida cautelar enquanto se investiga a morte de uma criança. Nesse tempo todo, quantas pessoas já consumiram o Itambezinho desse mesmo lote e não teve nada? Qual a necessidade de ficar “tocando terror” nas redes sociais? Já tem gente inventando que houveram duas mortes em Belo Horizonte, não localizei nenhuma notícia sobre esses casos, mas já compartilharam a notícia que tem tudo para ser falsa!
Dizem que o povo aumenta, mas não inventa. Isso é coisa do passado, hoje, quando mais sensacionalismo, melhor.
Não é o primeiro, nem será o último caso. Espero que o resultado dos exames saiam logo e os ânimos se acalmem. Até lá, que tal tentarmos ser mais racionar e usar um pouco do bom senso que se espera de adultos?
Itambezinho, Toddynho e N outros produtos são fabricados por empresas grandes que tem um sério controle de qualidade. Quando há algum problema em algum lote, elas mesmas se encarregam de recolhê-los e alertar os clientes.
Achocolatados e o pânico nas redes, é claro que precisamos ficar atentos, acidentes podem acontecer, mas não podemos surtar com um caso pontual. Vamos ter calma e aguardar as investigações que, espero, sejam rápidas. Não quero defender a marca A ou a marca B, mas essas empresas estão há quantos anos no mercado?
Até lá, faça sua escolha, consumir ou não o produto, mas não espalhe o terror sem ter motivos comprovados, já temos problemas demais.
A Itambé Alimentos S.A. divulgou uma nota de esclarecimento sobre a suposta morte de uma criança após a ingestão do achocolatado Itambezinho.
“Prezado Cliente,
Informamos que sexta-feira, 26 de agosto, recebemos a informação da morte de uma criança de dois anos de idade em Cuiabá, Mato Grosso, supostamente após a ingestão do produto achocolatado Itambezinho (200ml).
Os fatos foram trazidos ao conhecimento da Itambé por parte da Secretaria de Vigilância Sanitária da cidade de Cuiabá, e está sendo investigado pelos órgãos locais.
Ressaltamos que a Itambé prima pela qualidade e excelência dos produtos que chegam às suas gôndolas e este produto está no mercado há mais de uma década e nunca apresentou qualquer problema correlato. Até o presente momento, não tivemos nenhuma outra reclamação de qualquer natureza referente a essa data de fabricação 25.05.16, com validade 21.11.16.
Informamos ainda que a Itambé já realizou análises laboratoriais internas do lote citado, não identificando nenhuma não-conformidade. Em paralelo, outras análises estão sendo feitas em laboratórios externos e no próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A empresa já disponibilizou as contraprovas para os órgãos oficiais e continuará trabalhando em conjunto para outros esclarecimentos que se fizerem necessários.
Estamos à disposição para qualquer esclarecimento.
Itambé Alimentos S.A”
Eu dou meu voto de confiança à Itambé, presente na minha casa desde sempre.
Nessa quinta-feira, 01/09/2016 dois suspeitos foram presos, confira algumas matérias sobre o envenenamento:
Em 2013, eu e alguns membros do nosso grupo, estivemos na fábrica da Itambé em Pará de Minas, onde ficamos por dentro de todo o processo de produção. Ficou muito claro para nós que seria muito difícil que um produto sofresse algum tipo de contaminação. Leia o texto da Manu São Pedro sobre essa visita.
Interessante observar que muitas pessoas podem não ter relatado, por não associarem à ingestão do produto, ou pela situação peculiar de suas crianças. O alerta pode e deve acontecer, a meu ver, se existe dúvida quanto à qualidade do produto, ou a segurança em consumi-lo. O terror é causado pela falta de bom senso de algumas pessoas, não todas e, as empresas, mesmo as de grande porte, possuem o que chamamos de limite nas verificações de qualidade de seus produtos. Resta apurar os fatos, mas até lá o benefício da dúvida serve para os dois lados consumidor e empresa.