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Mês: agosto 2017

31 de agosto de 2017
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Quando eu for mãe, nunca vou…

Quando eu for mãe nunca vou esquecer meu filho na escola. Ele certamente será prioridade em minha vida. 

Aquela que chegou lá chorando às 19 horas porque ACHOU que o marido já tinha buscado o menino é muito irresponsável pro meu gosto.

Outra coisa, precisamos conversar mais com as crianças. Seria incapaz de gritar com meu próprio rebento. Quando ele fizer muita pirraça no supermercado, vou parar tudo, sentar e explicar o mundo pro pequeno.

Aquela que eu ouço gritando pro menininho parar de mexer em tudo na padaria, pra mim é louca!

Quando eu for mãe, nunca vou…

Bater ou beliscar é caso de polícia. Faltou pouco pra eu ligar 190 outro dia.

A tal que se diz mãe e educadora beliscou o pequetito e fiquei com uma raiva danada! Faltou pouco…

Não aguento também é ver criança sendo coagida a fazer o que não gosta. Um absurdo isso! 

Nem acredito que existem pessoas ” adultas” capazes desse disparate. 

Se o menino não quer comer ou tomar banho, tenha paciência e insista, mas com jeitinho. 

Quando for mãe nunca vou ameaçar criancinhas, isso não é coisa de gente decente…

E essas mães que ficam empurrando o filho para passar o fim de semana com a avó?

Imagina! A coisa melhor do mundo é ter  os filhos por perto!

E ainda pior, há alguns por aí obrigando filhos a ver TV pra ficarem quietos!

É preciso incentivar e estimular os ximbricos, até pra terem um futuro melhor. Totalmente contra meus padrões.

Alimentação acho importantíssimo. As crianças têm comido qualquer coisa: chips, bala, chicletes… Não é à toa que estão ficando obesas. 

Uma vez olhei com a cara bem feia pra uns pais que estavam comprando o silêncio dos periquitos com  pirulitos. Isso, pra mim, ultrapassa todos os limites do razoável.

É… Eu realmente era excelente mãe até meus filhos nascerem…

Com eles deixei de ser a Mamãe-Perfeita. Cometi erros e me tornei uma pessoa melhor. Mais real. Capaz de perceber que somos feitos de vários lados, que ninguém, por mais Santa que seja, consegue atender à expectativas e necessidades nem do próprio filho.

Sei hoje que ERRO! E poder errar é uma delícia! Assumir os erros é uma benção!

Se der, se for possível em minha humanidade, da próxima eu acerto, ok?

Prometo que farei o MELHOR DE MIM em cada um dos dias.

Leia também:

Falta do pai – machismo

 

Sobre o autor:

Paula Jácome

Paula Jácome

Graduada em Direito pela UFJF. Já foi advogada e concursada, mas abriu mão em troca de mais qualidade de vida – felicidade.
Terapeuta holística com formação em Gestalt Viva e Movimento Autêntico pelo Instituto Gestalt de Vanguarda – Cláudio Naranjo.
Aluna da Escola SAT do Brasil.
Roteirista.
Autora do livro e blog Chá entre Amigas.
Mãe de Pedro e Paulo.

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28 de agosto de 2017
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Kibe Assado de Carne – Receita – Cozinhando no Paraíso

Essa receita de Kibe Assado de Carne é da Ana e da Luciana da Ana Dietze Confeitaria. Elas ensinaram no curso Cozinhando no Paraíso em 2015 e foi um sucesso. É uma delícia além de ser muito fácil de preparar!

Kibe Assado de Carne

INGREDIENTES:

  • 500g de patinho moído e passado 2 vezes pelo moedor de carne
  • 1 xícara de trigo para kibe
  • 1 cebola pequena picadinha
  • 3 dentes de alho amassado
  • 3 colheres de sopa de azeite
  • 1 colher de chá de pimenta síria
  • 1 pitada de curry ou 1 pacote de creme de cebola
  • 3 colheres de chá rasas de sal (se usar creme de cebola, NÃO use o sal)
  • 1 pitada de canela em pó
  • 1 punhado generoso de hortelã fresca picada, cebolinha e salsinha picadas

RECHEIO OPCIONAL:

  • 4 colheres de sopa bem cheias de creme de queijo minas fresco, cottage ou creme de ricota.

COMO FAZER:

  1. Pré-aqueça o forno em 180º.
  2. Hidrate o trigo para kibe na água bem quente (1 xícara e 1/2) e deixe repousar por 15 minutos, coberto com um prato e depois com uma toalha. Para esta quantidade de água não será preciso escorrer o trigo, mas se por acaso você errar na quantidade de água escorra o trigo espremendo-o dentro de um pano de prato até que fique bem soltinho.
  3. Numa tigela misture a carne com a cebola, o alho, o azeite e misture bem. Acrescente o trigo, a pimenta síria (ou o creme de cebola Nestlé) o sal, a canela, a hortelã, salsinha e cebolinha. Continue misturando bem com as mãos, fazendo movimentos de amassar e abrir, amassar e abrir até que a massa de carne esteja bem homogênea.
  4. Por fim unte levemente um refratário com 1 fiozinho de azeite e coloque metade do kibe cru. Sobre a primeira camada de kibe faça a camada de queijo com a ajuda de uma espátula. Depois cubra novamente com a outra metade do kibe. Faça as marcações de losangos, regue com um pouco de azeite e leve para assar por 20-25 minutos ou até que perceba que o kibe está começando a dourar.

DICA MUITO IMPORTANTE:

Cuide para que o kibe não resseque no forno, não é necessário formar uma casquinha crocante por cima, apenas começar a dourar.

Sobre o autor:

Bebel Soares

Bebel Soares

Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe”, dona de casa, agitadora social, feminista,paciente oncológica (câncer de mama). Antiga aluna do Colégio Loyola.
Casada e mãe de um menino, sempre gostou de se envolver com as questões do universo feminino. Tem grande preocupação com o coletivo e acredita que é necessário unir forças para melhorar o mundo.

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29 de agosto de 2017
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Abdominoplastia – dúvidas frequentes

Há alguns dias contei para vocês, depois de um bate-papo com o pessoal da Tempo Cirurgia Plástica, um pouco mais sobre cirurgias da mama. Hoje, falaremos de outro procedimento bastante procurado pelas mamães depois da gestação, a abdominoplastia.

abdominoplastia

Como fica a cicatriz depois da abdominoplastia?

Entre os primeiros 3 e 6 meses, a cicatriz costuma ficar avermelhada ou escurecida.

Ela  geralmente fica clara e pouco perceptível após um ano.

O processo de cicatrização é muito individual e varia de pessoa para pessoa, sendo também influenciado por condições genéticas e comportamentais.

Na genética é difícil atuar, já que a predisposição a cicatrizes hipertróficas (cicatriz elevada) – e a queloides são sinais de alerta quando a paciente escolhe se submeter a um procedimento cirúrgico.

As cicatrizes podem ser tratadas com compressão local, fitas de silicone, laser, aplicação de corticoides, radioterapia e outros tratamentos. Por isso, o acompanhamento médico após a cirurgia é de extrema importância. Só assim para diagnosticar alterações e definir a melhor forma de tratamento.

E o umbigo, como fica?

Depende da técnica de abdominoplastia utilizada. Nos casos de miniabdome não temos cicatrizes visíveis no umbigo. Ele é apenas fixado um pouco abaixo da posição inicial. Nas outras técnicas ele é refeito, com o cuidado de manter cicatrizes mais escondidas com tamanho e formato delicados.

Qual a cirurgia mais indicada? Mini, completa ou em âncora?

Embora a abdominoplastia tradicional seja a técnica mais conhecida pelos pacientes, existem também a lipoabdominoplastia, a minilipoabdominoplastia e abdominoplastia em âncora. A escolha da cirurgia ideal varia de acordo com a preferência do paciente, que precisa observar os seguintes aspectos:

  1. a necessidade de lipoaspiração, ou seja, se há acúmulo de gordura no subcutâneo;
  2. a presença de flacidez de pele acima da cicatriz umbilical;
  3. a presença de flacidez de pele no sentido lateral do abdômen;
  4. a presença de cicatriz na linha média do abdômen.

Pacientes que apresentam flacidez acima da cicatriz umbilical e não apresentam excesso de gordura são candidatos a realizar a abdominoplastia tradicional. Caso haja gordura localizada, a lipoabdominoplastia é mais indicada.

Nos pacientes que possuem flacidez de pele predominantemente abaixo da cicatriz umbilical, a minilipoabdominoplastia traz maior benefício.

A abdominoplastia em âncora, também conhecida como flor-de-lis, é indicada para aqueles que tiveram perda de peso maior, resultando em grande flacidez no sentido lateral do abdômen. Pacientes que já possuem uma cicatriz vertical acima do umbigo, proveniente de cirurgia bariátrica, por exemplo, também podem realizar a abdominoplastia em âncora.

É importante frisar que a escolha da modalidade cirúrgica também depende do exame físico do paciente.

Qual a diferença da abdominoplastia para a miniabdominoplastia?

A abdominoplastia tradicional é indicada para pacientes que apresentam flacidez acima da cicatriz umbilical e não apresentam excesso de gordura. Já a minilipoabdominoplastia é melhor para os pacientes que possuem flacidez de pele predominantemente abaixo da cicatriz umbilical.

O que é melhor para o abdômen pós-parto: lipoaspiração ou abdominoplastia?

Na gestação, a pele do abdômen estica e, às vezes, depois do parto não retorna ao seu estado original. Ela se torna flácida, e a lipoaspiração isolada não é indicada, pois a lipoaspiração apenas remove a gordura. Nesse caso, a cirurgia plástica que deve ser escolhida é a abdominoplastia, pois ela tem a função de remover o excesso de pele.

Como é o pós-operatório dessa cirurgia?

  1. Sintomas

Não se assuste, existem alguns sintomas muito comuns após a realização do procedimento. Porém, alguns podem sinalizar uma emergência. Fique atenta!

Comuns:

  • Temperatura em 37-38°C são normais nos primeiros dias.
  • Equimoses:

Após qualquer tipo de cirurgia é normal que apareçam manchas roxas próximas à região operada. Elas também podem surgir em outras partes do corpo. As manchas costumam desaparecer em até 20 dias.

  • Edemas:

Após a cirurgia, pés, mãos e pálpebras podem ficar edemaciadas (arroxeadas) em graus variáveis, e toda a área operada fica inchada.

Sinais de urgência:

Piora súbita do estado geral após um período de boa evolução, febre alta, dor, inchaço e vermelhidão em uma das panturrilhas são sinais incomuns. Falta de ar intensa e desfalecimento sem retorno da consciência também são preocupantes. Caso esses sinais apareçam, procure o pronto atendimento mais próximo imediatamente.

  1. Cuide-se bem depois da cirurgia!

  • É importante permanecer com um acompanhante nos primeiros dias após a cirurgia. Você precisará de ajuda principalmente para se levantar.
  • Movimentar pernas e pés o máximo possível também é essencial.
  • Caminhar por 5 minutos a cada hora nos primeiros quinze dias é interessante para a prevenção de trombose.
  • Aplicar ampolas de anticoagulante.
  • O uso de cintas e a drenagem linfática ajudam a reduzir edemas.
  • Tenha atenção com a cicatriz. Ela deve ficar coberta nas primeiras 24 horas após a cirurgia. Depois disso, nos banhos de corpo inteiro, use sabão antisséptico na cicatriz, seque-a com toalha limpa e cubra-a com novo curativo de gaze. Após aproximadamente sete dias, o curativo é feito com micropore.

Qual o tempo de recuperação?

A região operada só vai desinchar completamente depois de 6 meses. Após a lipo, as pacientes apresentam edema intenso nos primeiros 10 dias, que vai regredindo progressivamente com o passar dos meses. Estima-se que com 30 dias 60% do edema desapareça; com 3 meses 80%; com 6 meses, 100% do edema regrida. Dessa forma, só se pode falar em resultado final de lipo após 6 meses de recuperação pós-operatória.

 

E aí, gostou de saber sobre a cirurgia? Você pode saber mais também pelo site ou blog da Tempo Cirurgia Plástica.

Continue acompanhando que ainda teremos conteúdos legais sobre tratamentos estéticos!

Leia também:

Cirurgia plástica nas mamas: as 10 maiores dúvidas

 

publieditorial

Sobre o autor:

Bebel Soares

Bebel Soares

Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe”, dona de casa, agitadora social, feminista,paciente oncológica (câncer de mama). Antiga aluna do Colégio Loyola.
Casada e mãe de um menino, sempre gostou de se envolver com as questões do universo feminino. Tem grande preocupação com o coletivo e acredita que é necessário unir forças para melhorar o mundo.

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25 de agosto de 2017
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Pais e escola – a importância da comunicação

Quando as crianças entram no ensino infantil, é importantíssimo que exista uma boa comunicação entre pais e escola. Crianças tão pequenas ainda não sabem se expressar bem com palavras e, qualquer acontecimento fora do normal, deve ser reportado aos pais na agenda ou, em casos mais sérios, em reuniões.

A falta de diálogo e a omissão de fatos importantes que acontecem com o seu filho dentro da escola, podem causar danos psicológicos à criança.

Felipe tinha 3 anos e já estava na escolinha desde bebê. Eu confiava muito no trabalho deles. Ele começou a formar frases com um ano e meio, o desfralde aconteceu em torno de dois anos de forma um pouco catastrófica (Clique aqui para ler sobre isso), mas aconteceu. Ele era o mais novo da turma, mas estava acompanhando.

O ano letivo começou e fomos apresentados à nova professora, uma desconhecida, que acabara de ser contratada. A adaptação demorou um pouco, as crianças já estavam muito acostumadas com as outras funcionárias da escola, mas não a conheciam. Além disso ela não tinha uma auxiliar, e a turma tinha 20 alunos de 3, 4 anos. Foram dois meses para que ele ir para a escola numa boa.

Pais e escola – a importância da comunicação

Estava indo tudo bem até que, no dia 30 de abril, recebemos um bilhete na agenda informando que, após o feriado a turma teria uma nova professora. Quase caí dura! Três meses de adaptação e ela já estava sendo demitida? E o aviso era assim, via agenda? Primeira falha de comunicação.

A professora nova começou, junto com uma auxiliar. A escola deu umas explicações sobre a troca que não me convenceram muito, apontaram mil defeitos na primeira professora, fizeram mil elogios à nova. Dei meu voto de confiança pelos anos anteriores.

O comportamento do Felipe foi mudando, ele começou a ficar agressivo com os colegas e comigo. Ele tinha passado pelos terríveis dois anos, que foram mesmo terríveis, ele chorava muito, fazia birra e tal, mas não era de bater.

Todos os dias eu chegava na escola e algum colega vinha me contar:

O Felipe me bateu!

Pronto, eu virei a mãe do menino que bate! Ferrou! Mas não vinha nenhum recado na agenda, ninguém da escola comentava nada comigo e, eu nunca encontrava a professora na saída pra trocar duas palavras como acontecia nos anos anteriores, ela sempre saía antes da gente chegar para pegar as crianças.

No segundo semestre as coisas continuavam na mesma, os colegas dedurando as porradas que rolavam e eu incomodada por não receber nenhum comunicado da escola sobre o assunto.

Um incidente grave revelado

Um dia uma amiga, que era mãe de uma colega dele, escreveu no nosso grupo contanto que a filha havia chegado em casa com dois dentes quebrados e que a escola não havia falado nada. Ela queria saber se alguma das nossas crianças sabia contar o que tinha acontecido com a menina, pois ela tem Síndrome de Down e ainda não falava. Ninguém sabia de nada. No dia seguinte ela pediu satisfações na escola que disse que não sabia o que havia acontecido.

E teve de tudo nessa brincadeira, começando por uma mãe imprimindo a conversa do grupo e entregando para a diretora, e terminando com o B.O. feito pelos pais da menina.

Foi depois desse episódio que ficou claro que vários fatos relevantes estavam sendo encobertos. Não fossem os dois dentes quebrados toda a incompetência de uma professora teria sido encoberta.

Confiança quebrada

Minha boa relação com a escola acabou. Descobri que meu filho, além de bater nos colegas, passava mais tempo na sala da diretora do que na sala de aula. Que a professora não dava conta dele e o deixava de castigo fora da sala quase todos os dias. Que ele voltou a fazer cocô na calça e ainda ficava brincando com o cocô debaixo da mesa na escola, como ele ficava no integral, sempre tinha roupa para trocar e a roupa suja era lavada.

Eu não sei o que acontecia naquela sala de aula, o que levava meu filho a ter essas atitudes. Ele se lembra do nome das professoras dos anos anteriores, mas não se lembra dessa. Na época ele não tinha mochila, eu mandava uma bolsa cinza daqueles modelos de bolsa de bebê, com alças com a roupa e objetos dele, a única lembrança que ele tem e costuma contar, quase chorando, é que a professora pegava a bolsa dele e falava que era bolsa de neném.

Resumindo, foi um ano perdido, traumático, um ano de retrocessos, de problemas psicológicos que refletiram em vários outros momentos da vida dele. Soube que a professora não voltou para a escola no ano seguinte e que várias outras crianças mudaram de escola, imagino que nem todas tenham saído por causa de problemas como o que eu tive. Espero que essa pessoa tenha desistido de trabalhar com crianças.

Se estou escrevendo hoje, tantos anos depois não é porque quero difamar ninguém, por isso não citei nenhum nome no texto além do nome do meu filho. O que quero é fazer um alerta:

Estejam sempre atentas às mudanças de comportamento das crianças.

  • Se a criança já está habituada com uma escola e, de repente, não quer mais ir, e chora, e esse comportamento repete por muitos dias.
  • Se a criança era tranquila e passou a ficar agressiva.
  • Se a criança é muito agitada e passa a ficar quieta demais.
  • Se os colegas contam as coisas para você, mas você não é notificada pela escola.
  • Sempre acredite no seu filho.

Marque uma reunião com a professora ou com a coordenação.

Tente manter o diálogo com a escola. É importante ter certeza que não estão encobrindo nada, que estão se esforçando para resolver os problemas, que são transparentes. Nenhuma escola é perfeita, seres humanos não são perfeitos, mas boa comunicação entre pais e escola é fundamental.

Deixo claro que esse problema foi pontual, até a entrada dessa professora, meu relacionamento com a escola era ótimo, Felipe até hoje fala de cuidadoras de lá com muito carinho. Infelizmente, essa enorme pedra no caminho que quebrou a minha confiança. O ano letivo terminou e nunca mais pisamos naquela escola.

Foto: Bruna Tassis

Leia também:

Como escolher a escola do seu filho

Sobre o autor:

Bebel Soares

Bebel Soares

Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe”, dona de casa, agitadora social, feminista,paciente oncológica (câncer de mama). Antiga aluna do Colégio Loyola.
Casada e mãe de um menino, sempre gostou de se envolver com as questões do universo feminino. Tem grande preocupação com o coletivo e acredita que é necessário unir forças para melhorar o mundo.

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22 de agosto de 2017
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Cor da sua pele – é preciso amar!

Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.

Nelson Mandela

Meu filho entrou no berçário com quatro meses de vida, na turma dele tinha a Carol, ela tinha nove meses e tinha síndrome de Down. Eu ia ao berçário amamentar meu filho a cada duas horas, sempre ficava observando as crianças e nunca havia notado que a Carol tinha Down até o dia que comentei com a cuidadora sobre o quanto a Tereza era uma espoleta e percorria a salinha inteira em segundos sendo três meses mais nova que a Carol e as outras duas ficavam tão quietinhas. Então ela me explicou que a Carol tinha síndrome de Down, por isso era mais quietinha.

Carol continuou na turma do Felipe por mais uns três anos, eu nunca comentei nada com ele sobre a síndrome dela e ele nunca notou nada diferente, a única coisa que ele notava é que ela não falava como os outros e que demorou mais para andar, para ele o tempo dela era outro e só. Ele sempre foi louco por ela. Eu nunca apontei nenhuma diferença pra ele, eu sempre digo que somos todos diferentes.

Cor da sua pele – é preciso amar!

Quando mudou de escola fez novas amizades e tinha uma enorme admiração pela Duane, ela era muito inteligente e fazia os desenhos mais bonitos. Um dia a Du voltou da praia bem bronzeada e ele me perguntou sobre a cor da sua pele, ele queria saber porque ela tinha ficado marrom. Expliquei sobre a melanina, os efeitos do sol e mostrei que as pessoas têm cores diferentes, desde então aqui em casa eu sou marrom e o pai é rosa.

Almira trabalhava, ela é negra da pele bem escura. Ele gostava muito dela e achava aquela cor linda, então cismou que não queria usar filtro solar para ficar da cor da Almira. Tive que explicar que não tinha como ele ficar da cor da Almira porque a cor dele era um pouco minha e um pouco do pai. Ele ficou bravo mas passou, entendeu que ninguém escolhe a cor da sua pele.

Na nova escola ele tem colegas negros, ruivos, orientais, loiros. É uma mistura linda. Três das crianças foram adotadas, duas delas são negras. Essas crianças sofreram bullying de outros colegas, não só pela cor da pele, mas pelo cabelo e pelo fato de terem sido adotadas também.

De onde uma criança tira que adoção é ruim? De onde uma criança tira que outra criança é pior que ela porque viveu em um orfanato ou porque perdeu a mãe ou porque é negra? Ela ouviu isso em algum lugar, provavelmente de um adulto. Os pais?

Racismo é crime.

Racismo não tem desculpa. Não tem esse papo de:

“Ah, ele é só uma criança, não sabe o que está dizendo! ”

Sabe sim. Meu filho tem oito anos e sabe perfeitamente o que está dizendo. E eu sei que, se ele me aparecer com determinadas atitudes, vai ouvir um sermão que vai durar várias horas! Mesmo que não soubesse, nunca é tarde para aprender!

Meu papel como mãe é ensinar, e corrigir os erros do meu filho.

Meu papel de mãe é corrigir os meus próprios erros!

Meu papel na sociedade é rever os meus conceitos e não passar o que eu possa ter aprendido de errado para outras pessoas, especialmente o meu filho.

E qual o papel da escola?

Acolher a criança que está sendo vítima de violência.

Orientar a criança e os pais da criança que tento um comportamento inadequado.

Escola não pode passar a mão na cabeça de criança que ofende os colegas só porque é criança!

Os pais não podem dizer que é o jeito dele e fingir que está tudo bem!

Professores devem tratar todos os alunos da mesma forma.

Infelizmente muitos pais acham que a responsabilidade disso é só da escola. Não é! Escola ensina, os pais educam!

Muitas escolas tem medo de agir da forma correta e perder alunos. Feliz pela escola do meu filho não ser assim.

Selecionei três matérias recentes sobre racismo e bullying nas escolas:

http://tv.r7.com/record-play/minas-gerais/balanco-geral-mg/videos/crianca-vitima-de-bullying-abandona-escola-apos-agressoes-17082017

http://bhaz.com.br/2017/06/23/denuncia-racismo-escola-bh/

https://educacao.uol.com.br/temas/bullying-na-escola/

Professora faz mesmo penteado de aluna que sofreu bullying por cabelo afro

Quais valores estamos passando para os nossos filhos? O que queremos ensinar para eles, amor ou ódio? O que nossas crianças merecem?

Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.

Antoine de Saint-Exupéry

Leia também:

Preconceito x Discriminação

Sobre o autor:

Bebel Soares

Bebel Soares

Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe”, dona de casa, agitadora social, feminista,paciente oncológica (câncer de mama). Antiga aluna do Colégio Loyola.
Casada e mãe de um menino, sempre gostou de se envolver com as questões do universo feminino. Tem grande preocupação com o coletivo e acredita que é necessário unir forças para melhorar o mundo.

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21 de agosto de 2017
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Infância feliz/ pai ausente

História das Padês é uma coluna onde damos espaço para que as participantes do grupo secreto contem suas histórias. Hoje reposto um texto de agosto de 2013 escrito pela Cris Oliveira, Infância feliz/ pai ausente. Muitos pais não tem a dimensão da falta que eles fazem na vida dos filhos. Muitos se comportam como meros doadores de esperma. Que bom que hoje muitos pais estejam engajados e mostrando a outros pais o que é a paternidade responsável e ativa.

Infância feliz/ pai ausente

Tive uma infância feliz, cercada de muito carinho, cuidado e amor. Só não tive a presença do meu pai na minha criação… Meus pais separaram-se quando eu tinha 5 para 6 anos.

Nossa convivência se restringia aos finais de semana no clube, aos passeios ao Parque Municipal, às férias na casa dos meus avós paternos. Isso quando ele aparecia, pois inúmeras foram as vezes em que meus irmãos e eu nos aprontávamos à espera do passeio prometido e ali ficávamos, vendo a manhã virar tarde, a tarde virar noite, sem ninguém aparecer para nos buscar. Lembro-me de irmos dormir chorando… De tristeza e decepção…

Até a minha adolescência, tínhamos contato e nos falávamos. Mas quando ele constituiu família com a mesma mulher que o havia tirado de dentro da nossa casa, perdemos completamente o contato. Foi ele ter outros filhos que se esqueceu de nós por completo! Nenhuma satisfação, nenhuma atenção, nenhuma ajuda, sequer financeira.

Minha mãe foi uma verdadeira heroína e deu conta de todo o recado sozinha!

O mais engraçado é que nossa relação (minha e dos meus irmãos) com a família dele (avós, tios, primas) se manteve a mesma, ou seja, ele se afastou por opção!

Cresci achando que a ausência do meu pai na minha vida havia sido completamente compensada pela minha mãe, com a ajuda dos meus avós maternos e da minha tia. Nunca havia relacionado a timidez, a baixa auto estima, a insegurança, a dificuldade nos relacionamentos afetivos ao fato do meu pai ter ido embora de casa e depois, da minha vida.

Foram necessárias algumas boas sessões de terapia, já na vida adulta, para entender melhor, aprender a lidar e a superar sentimentos como medo, carência, rejeição, abandono…

Não foi fácil, mas consegui!

Deixei de cultivar os amores impossíveis como forma de me proteger para que eles nunca me rejeitassem, aprendi a confiar em mim, nas minhas escolhas, me abri pro mundo, abri meu coração para as pessoas, aprendi a ouvir e aceitar elogios. Vi que, sim, eu era importante na vida de muitas pessoas.

Hoje as marcas disso tudo são leves, mas ainda estão aqui… Sou fruto desta minha história de vida! Algumas características da minha personalidade que foram moldadas de acordo com as experiências que vivi não consegui mudar muito…

Sou casada, sou mãe, sou realizada e feliz! 

Não tenho nenhum contato com meu pai há muitos anos. Não consigo descrever o que sinto com por ele… É um misto de mágoa e pena…

Vejo o amor que meu esposo tem pelas nossas filhas, o cuidado e a preocupação dele com elas e me emociono!

Que elas tenham sempre este colo espaçoso, este abraço apertado, esta mão firme, este ombro amigo, este olhar de cumplicidade, este modelo masculino, esta figura paterna que eu, infelizmente, não tive!

Homem e mulher podem deixar de ser marido e esposa… Pai e filho é uma relação para toda a vida! Ou pelo menos deveria ser…

Cris Oliveira

Foto: Bruna Tassis

Sobre o autor:

Bebel Soares

Bebel Soares

Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe”, dona de casa, agitadora social, feminista,paciente oncológica (câncer de mama). Antiga aluna do Colégio Loyola.
Casada e mãe de um menino, sempre gostou de se envolver com as questões do universo feminino. Tem grande preocupação com o coletivo e acredita que é necessário unir forças para melhorar o mundo.

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18 de agosto de 2017
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Dicotomia da maternidade – lado A e lado B

Eu devo estar louca, depressiva ou, simplesmente, esgotada. A maternidade real tem dois lados, lado A e lado B. Às vezes, você vive semanas do lado A. Ou meses. Muda em alguns momentos pro lado B. Essa é a dicotomia da maternidade.

Dicotomia da maternidade

Mas cheguei num ponto em que os dois lados do vinil se revezam em segundos. Ao mesmo tempo em que quero jogar na parede, me pego chorando ao perceber que eles estão crescendo.

Ralo das 8h às 14 horas, tenho 77 chefes oficiais mais alguns que se acham dono da tribo e se revezam num jogo de poder e outras cositas que nem Game of Thrones (que nunca consegui ver, mas me contam no trabalho) imaginaria como enredo. Mas consigo tomar café quente, ler jornais e pensar no que as duas pessoas que quis colocar no mundo estão fazendo na aula naquele momento. Sinto saudades da confusão, das mãozinhas… até a hora em que os encontro.

Cenário Bélico

Geralmente chego em casa em um cenário bélico. Dois meninos, de 3 e 6 anos, disputando a TV, o brinquedo, a pipoca… socos, empurrões… e me dá vontade de voltar pro trabalho. Respiro fundo, penso que o dia tá começando e preciso de paciência. “Vou fazer o jogo do contente, da Poliana”. Sorrio, respiro, conto até 100… do nada, o clima ameniza, eles estão rindo e se divertindo… e penso em como amo aquelas duas criaturas.

A rotina

Aí vem a porra da rotina. De segunda a sexta, natação de um, futsal do outro, terapia de um, aula de cultura do outro. Aí a vitrola pega fogo. Lado A, lado B, lado A, lado B. Como é delicioso ver aquela bombinha de testosterona batendo as pernas, rodando os braços na água… enquanto isso, o outro está te enchendo o saco ao lado, tendo que esperar o irmão na natação. Te pentelha tanto que dá vontade de afogá-lo um pouquinho só.

No outro dia, é o mais velho na terapia e o outro na sala de espera do consultório. Você agradece aos céus que o dinheiro com a TO está valendo, seu filho está evoluindo… enquanto o outro está entupindo a pia. E dá vontade de dar descarga nele junto com o bolo de papel higiênico usado como rolha pra ferrar o banheiro.

“Tudo bem, fora de casa as coisas são piores”

Você pensa. E sente alívio quando abre a porta de casa. Cada um corre para aquilo que sente falta: um pega um brinquedo; o outro a revistinha e você corre pro café. Ou pro banheiro e tranca a porta. Respira, porque são 4, 5 da tarde e o dia ainda está longe do fim.

Os dois lados da maternidade

Mas aí você é despertada daquele paraíso momentâneo, onde há silêncio e harmonia. São 5 minutos de paz e de repente:

“Ele pegou meu boneco do imaginext”;

“ ele mudou o canal”;

“ele bebeu meu suco, comeu minha pipoca”…

Enquanto as provocações e agressões são verbais, você finge que é surda.

De repente, o circo pega fogo. Tem brinquedo voando, comida voando, coisas sendo quebradas e menino apanhando. As bombas atômicas de testosterona explodiram e, com isso, sua bateria, que a esta hora do dia já estava na cor vermelha, cai ainda mais. Você começa como juiz de paz, pregando o amor e o respeito, e termina colocando de castigo, sem voz de tanto gritar, com taquicardia e pensando porquê foi arrumar filhos. A vida era tão tranquila, calma, você tinha tempo para ir ao banheiro, pra namorar e viajar… comia comida quente, dormia como uma pedra… e agora tá nessa, com hemorróidas, cabelos brancos, olheiras, estressada…

A culpa

Aí enquanto eles estão trancafiados na masmorra (na verdade um em cada quarto da casa), você passa pelo corredor e dá de cara com o porta retrato que junta imagens da gravidez, do batizado… vê aquelas bolinhas fofinhas, que não pediram pra vir ao mundo, que dependem 100% de você a ponto de dizerem seu nome 87386438734955340 vezes ao dia. Aí vem o quê? Páhhhh: a porra da culpa. Você volta pros quartos, tira do castigo, abraça, respira, faz as pazes… levanta, sacode a poeira e dá a volta pro terceiro turno.

Lado A, lado B

Para Casa. Janta. Banho. Dormir. Ah, minha amiga, a jiripoca pia de novo. Lado A, lado B, lado A, lado B. Que lindo que ele tá escrevendo, lendo tudo. Me acho a própria coach, com palavras de incentivo, aplausos… De repente:

“menino, presta atenção. Não levanta. Fica sentado. Olha a letra. Capricha. Volta aqui. Onde você vai? Xixi de novo? Deixa seu irmão prá lá. Páraaaaaaaaa caraleoooooo”.

Aí vem a janta. Um come de tudo. O outro, só arroz e ovo. E você pensa em voltar a criança pra barriga. Sente seu estômago roncar. Se tenta comer junto, a comida esfria. Pensa porque teve filho de novo. Se arrepende de ter provocado tanta confusão na sua própria vida. Aí eles soltam: “Hum, que delícia de comida, mamãe”. Te apertam com aquelas mãozinhas pequenas. Fazem planos pro dia seguinte. Riem. E você ri junto. Tá tão cansada, tão apaixonada…

Dicotomia da maternidade

Essa dicotomia da maternidade segue na hora da historinha pra dormir (porquê foi pegar o maior livro?, você suspira), durante a dormência do dedão de tanto que o filho aperta pra pegar no sono… até que eles se entregam. Aí você cobre, reza, agradece a Deus por aquelas duas coisinhas apaixonantes, que você não consegue imaginar sem. Os olhos lacrimejam, afinal eles estão compridos na cama, crescendo…

Vai chegar uma hora em que eles não vão precisar de mim pra comer, pro banho… e eu vou sentir falta de tanta dependência. Peraí, eu não estava louca para eles crescerem? Para que eu pudesse voltar a dormir, sair, ter tempo de ir ao banheiro… ah, essa maternidade real. Me sufoca, me preenche, me angustia, me acarinha… e a vitrola segue virando o vinil numa velocidade que não consigo entender se estou louca, depressiva ou, simplesmente, esgotada.

Leia também:

Nasceu o segundo filho, nasceu uma nova mãe

Sobre o autor:

Nathalia Bini

Nathalia Bini

Mãe do Miguel e do Pedro.

Jornalista e Mestre em Comunicação Social.

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17 de agosto de 2017
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Sabrina Salmen na Alemanha – Padecendo pelo Mundo

Padecendo pelo Mundo é uma coluna que mostra a vida de brasileiras que foram morar em outros países, quem conta sua história hoje é Sabrina Salmen que viveu alguns anos na Alemanha.

Eu e meu marido passamos juntos no vestibular da UFMG para Engenharia Química e fomos apresentados por uma amiga em comum no dia da segunda etapa. Ali no meio do Campus naquela confusão. Começamos o curso em agosto de 1996. Nossa turma era super animada e nos tornamos bons amigos. Mas só começamos a namorar 7 anos depois, em julho de 2003.

Nos casamos em 2005 e sempre quisemos morar fora. A paixão pelo exterior estava presente em nossas vidas, nas viagens, nas conversas, etc. Aperfeiçoamos o inglês com um curso intensivo no Canadá e, nesta época, ambos trabalham em empresas multinacionais. Fizemos um pacto: quem conseguir uma transferência pra o exterior primeiro, o outro pede as contas e acompanha!

Começamos internamente a tentar uma vaga nas unidades das nossas empresas em qualquer lugar fora do Brasil. Éramos novos e queríamos uma experiência fora daqui. Conseguimos ao mesmo tempo! Ele na Austrália e eu na Alemanha. Emoção, alegria, dúvida, tudo junto e misturado. Tínhamos muita sede de conhecer o mundo, outras culturas e lugares que realmente funcionassem. Analisamos as condições de trabalho, salário e escolhemos a Europa, pela oportunidade de viver em um lugar que funcionasse. Queríamos conhecer o mundo de verdade. Onde tem transporte público, onde tem saúde, onde tem cultura, educação, segurança e onde se tem respeito ao próximo.

Sabrina Salmen na Alemanha

Chegamos à Alemanha no dia 1° de maio de 2009. Tínhamos acabado de completar 31 anos. No auge da empolgação, e nos hospedamos num hotel perto da fábrica onde eu ia trabalhar. Minha chegada à fábrica foi tensa. Ia chefiar uma equipe de alemães. Eu tinha me dedicado muito ao idioma desde que fiquei sabendo da minha ida, e não sou nada tímida, mas claro que, minha comunicação não era boa. Eu era gerente direta de 3 homens e eles eram supervisores dos demais. Destes 3, apenas 1 falava inglês mais ou menos, então quando o alemão apertava, ele me ajudava a traduzir.

Fui chegando e um deles me perguntou a minha idade. Eu respondi e ele disse:

“Você é mais nova do que o meu filho caçula”

Com uma cara fechada e nada convidativa.

Eu, disse toda alegre e sorridente:

“Sério? Nossa! Você não parece ter filhos dessa idade? Já tem netos? Quantos? Depois me mostra fotos!”.

Ele ficou todo desconcertado e mudou de assunto.  E assim, eu fui derretendo o gelo dos alemães, e conseguindo conquistar o meu lugar na fábrica aos poucos. Mostrando pra eles que eu estava ali pra trabalhar, que eu não era uma menina, que eu era uma engenheira, que tinha Mestrado e que tinha bagagem técnica pra estar ali. Sim, eles são muito machistas e se sentem acuados por mulheres e estrangeiros.

Obviamente a simpatia e nosso jeito brasileiro de tratar as pessoas me ajudaram demais. Eles não conseguiam ser rudes comigo porque eu era simpática demais com eles. No final deixei bons colegas de trabalhos por lá!

O marido

Em paralelo, meu marido fez um MBA em uma universidade super bacana. Ele teve que estudar demais pra passar na prova de inglês e de alemão. Ficar o dia inteiro estudando gramática para um engenheiro é uma tarefa quase sobre-humana. Mas ele conseguiu passou nas provas e fez um MBA excelente.

Ele foi um companheiro maravilhoso. Eu nunca tive paciência com homem mal resolvido, ciumento e inseguro. Homem que é homem pede demissão e acompanha a mulher numa jornada dessa e vive com a grana dela numa boa! Como ele fez. Nunca brigamos por causa de dinheiro. Tomávamos as decisões juntos do que fazer e do que não fazer. Nós éramos uma família e o dinheiro era da família. Simples assim.

Viagens

Viajamos a Europa toda. Cada país, cada cultura, cada clima, as línguas, os imigrantes. Cada viagem era uma emoção diferente. Como a região é rica! Como tudo funciona! É impressionante! O trem está marcado pra chegar às 14h23min e ele chega neste exato horário. Você compra qualquer coisa pela internet e a compra vem junto com um boleto pra você pagar se você quiser ficar com a mercadoria. Sim, você recebe sem pagar nada. Podem acreditar. E por aí vai.

O inverno é delicioso, nós curtimos muito a neve e tudo que ela traz.

Tem sempre um mas.

As pessoas são frias demais. Fazer amizade é quase um desafio olímpico. Conseguimos fazer amizade com a minha professora de alemão e o marido dela que eram da nossa idade. Nossos vizinhos eram muito gentis conosco, mas nos adotaram quase que como netos/filhos. E só, em 3 anos. Amizades são para a vida toda, mas eles são extremante fechados. Eu não sofri demais com isso, porque o nosso momento era de descobrir o mundo. Mas me conheço e sei que eu preciso pertencer, eu preciso sociabilizar, eu sabia que ali não era o meu lugar. O meu marido é menos sociável, isso pra ele não era problema.

Maternidade e carreira

Engravidei. Tudo super planejado. Inconscientemente eu já havia decidido voltar e a gravidez ia me ajudar a trazer essa decisão para o consciente!  Meu marido ainda tinha muita esperança de morar lá pra sempre, mas pra mim não dava do ponto de vista social e, depois eu descobri o principal, não dava pra conciliar a minha carreira e a maternidade.

Sim, pasmem, na Alemanha, para uma mulher/mãe, é muito mais difícil seguir subindo numa carreira empresarial do que é no Brasil. Explico por que.

Não existe babá. Em todo lugar do mundo projetos dão errado, você fica até mais tarde no trabalho (mesmo que seja um dia ou outro), você tem que viajar (umas mais outras menos), seu diretor vai te prender na hora do almoço porque um cliente está com problema e por aí vai. Com quem deixar o bebê?

A Vovó também não é uma opção válida por lá. Não faz parte da cultura. É muito latino isso de avó olhar os netos. Quando eu perguntava lá se as avós olhavam os netos, eu ouvia algumas vezes:

“Ah, igual na Itália? Não. Aqui cada um olha seu filho”.

Não faz parte da cultura. Claro que algumas exceções podem existir, mas também não seria o meu caso.

Crianças não podem, por lei, ficar mais de 8 horas seguidas na escola. Então, para que as mães deem conta de, por exemplo, entregar a criança no berçário às 8 horas e buscarem às 16 horas, elas têm que diminuir a jornada na empresa para 30 horas semanais e isso é devastador para a carreira.

Sim, os chefes são homens e as empresas precisam de gente disponível. E não de gente que vai largar o projeto parado no meio da tarde porque tem que pegar a criança na escola às 16 em ponto.

A licença maternidade é de um ano. Excelente para as mamães e para os bebês! Eu adoraria ter tido um ano com a minha filha. Mas, quando você volta, tem outro no seu lugar. Empresas não esperam um ano para terem o serviço feito.

Dois perfis

Eu conheci dois perfis de mulheres lá: as que são felizes com as 30 horas semanais e suas crianças e seus salários no fim do mês! Não trocariam por mais dinheiro ou mais sucesso na carreira. E as que optaram por não ter filhos por acharem que é privação demais. (Esse segundo tipo vem aumentando tanto que há várias campanhas do governo incentivando a natalidade no país. Você paga menos imposto a cada filho que você tem, por exemplo).

Eu tinha a terceira opção, voltar para o Brasil, e foi o que eu fiz assim que vi como a banda tocava por lá. Meu marido entendeu e também ficou receoso de criar a nossa filha tão isolada da família e amigos. Mas ele ainda sente um pesar.

Diferenças culturais

Aqui, por pior que as coisas sejam, a gente consegue as duas coisas! Temos babá, temos vovó, temos escolas que aceitam crianças por mais de 8 horas e, temos chefes menos machistas. Principalmente quando o assunto é fábrica, engenheiras, etc. Um exemplo disso é o número de engenheiras que formamos no Brasil.

Eu trabalho muito, mas também faço questão de ficar com a milha filha o máximo de tempo que posso. Sou super-mãe, vou a todas as festinhas, teatros e programas que vocês imaginarem. Faço para-casa, dou bronca, coloco para dormir, busco no inglês.  E posso pagar por ajuda para que o meu tempo livre seja dedicado à minha filha.

Tudo é muito dúbio, o fato do país ser rico trás as vantagens que a gente procura: saúde, transporte, segurança, educação, etc. Por outro lado, tira os serviços que a gente precisa: babás, faxineiras, serviços de delivery, etc. E no meio entram as empresas que precisam lucrar, os gêneros que precisam ser iguais e as mulheres que precisam ser mães. E as demandas não mudam, por mais que as casas na Alemanha sejam mais simples, elas ainda precisam sem limpas (praticamente não existe apartamento com 2 banheiros. Geralmente é 1 banheiro e 1 lavabo). As roupas também precisam ser lavadas e passadas e as famílias precisam comer.

A equação só fecha com uma variável extra! Por exemplo, um colega de trabalho (homem) pediu para trabalhar 30 horas porque eles estavam privilegiando a carreira profissional da esposa! Ou uma vizinha que foi mãe após os 45 anos porque aí ela já tinha vivido tudo que ela queria na carreira. Exemplos desse tipo, ou uma carreira que vai ficar estagnada após a maternidade. Não que isso seja errado ou triste. Apenas não era pra mim.

O retorno

Ao todo moramos lá por 3 anos, minha filha nasceu lá e voltamos quando ela tinha 3 meses. Eu pedi transferência de volta para o Brasil. Eu não trocaria a experiência por nada no mundo. Amo a Alemanha e já voltamos de férias lá, inclusive com a nossa filha. Ela é feliz aqui, criada bem pertinho da família, das primas, dos avós e cercada de carinho e de muitos amigos. Eu sigo em frente na minha carreira e o meu marido também. Não amo o Brasil, mas não me arrependo. Temos muito pontos positivos, querem ouvir um deles: O Padecendo!

Leia também:

Luciana em Dubai – Welcome to my world

Sobre o autor:

Bebel Soares

Bebel Soares

Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe”, dona de casa, agitadora social, feminista,paciente oncológica (câncer de mama). Antiga aluna do Colégio Loyola.
Casada e mãe de um menino, sempre gostou de se envolver com as questões do universo feminino. Tem grande preocupação com o coletivo e acredita que é necessário unir forças para melhorar o mundo.

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14 de agosto de 2017
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Família – decisões e mudanças

Seis meses depois que meu marido foi transferido para São Paulo e eu passava a semana em Belo Horizonte sozinha com meu filho , nesse período tomamos algumas decisões.

Felipe mudou de colégio, entrou no Loyola onde esperávamos, houvesse uma parceria de verdade entre família e escola. O que não estava acontecendo na escola anterior.

Também mudamos de apartamento, para um perto do colégio, uma distância que permitisse ir a pé, sempre escolhemos deixar o carro na garagem. Meu marido ainda na expectativa de voltar para Belo Horizonte.

A mudança de escola foi maravilhosa, na única vez que fui chamada para conversar com a coordenadora do primeiro ano, Eduarda, me senti acolhida. Expliquei para ela nossas dificuldades com um pai morando fora, apresentei os testes e diagnóstico da psicóloga e da terapeuta ocupacional que o acompanharam e ela foi muito receptiva. Ao contrário da outra que não deu importância para as avaliações. O resultado disso foi que nunca mais fui chamada no colégio, Felipe não foi tratado como garoto problema e o desempenho acadêmico foi muito bom.

Família – decisões e mudanças

Um problema a menos, mas ainda haviam outros. Eu não via aquele apartamento como a minha casa, éramos eu, Felipe e Simei, que trabalhava comigo, num apartamento enorme. Um marido que vinha nos fins de semana e falava conosco por vídeo todas as noites.

Todas as noites o Felipe queria dormir na minha cama, era muita carência. Quando ele não pegava no sono lá, acabava aparecendo durante a noite. Eu me sentia insegura, financeiramente as coisas estavam começando a se complicar. Então veio a depressão (clique aqui para acessar o texto).

Depois que comecei a tomar os remédios indicados pelo meu psiquiatra, consegui voltar a dormir e logo consegui colocar a cabeça no lugar e organizar minhas ideias. Nas férias de julho fui para São Paulo com o Felipe, ficamos no flat com o Alexandre e eu avisei a ele:

Vamos nos mudar para São Paulo!

Desse jeito, não perguntei o que ele achava da ideia, nada, avisei que ia e pronto. Eu estava decidida, só vou criar filho sozinha se me separar ou ficar viúva. Não me casei para morar em cidades separadas, não tive filho pra criar longe do pai.

Em outubro passamos uma semana na cidade e eu fiquei procurando apartamento. Em novembro, com a papelada do aluguel em andamento marido aparece com medo de ser demitido e coisas assim. Adiamos a mudança. Surtei! Odeio ficar na indecisão. Em dezembro, ainda sem definição, mas assinei a papelada, pedimos a transferência do Felipe na escola e foi!

Dispensar a Simei foi um capítulo à parte. Ela estava comigo todos os dias desde que o Felipe era bebê, um amor de pessoa, discreta, boa, cuidadosa que sempre me ouvia e acompanhou todos os dramas familiares. Não foi fácil.

São Paulo

Me mudei no final do mês de janeiro, as aulas começariam no dia 26/01, Felipe ficou com meus pais e chegaram em São Paulo no dia 24. No aniversário de São Paulo, 25 de janeiro, 42 anos e comemorei na casa nova.

Não é tão fácil ficar longe da família e dos amigos, mas não é tão longe assim. A adaptação na nova escola foi muito tranquila, Felipe já se sente paulistano e já tem muitos amigos. Também já fiz amizades e, como trabalho com mídias sociais, onde tem internet tem 90% do que eu preciso, e trabalho para ocupar a mente não falta. Além disso São Paulo tem mil eventos e programas culturais.

Moramos perto da escola, o carro passa a semana paradinho na garagem. Não tenho uma pessoa me ajudando todos os dias, faço almoço, lavo roupa e coisas assim. Não digo que adoro esquentar a barriga no fogão, mas é tranquilo. Aos poucos vamos organizando um cardápio, horários, simplificando as coisas. Aprendendo a curtir um estilo de vida um pouco diferente.

Nos fins de semana íamos sempre para a fazenda com meus pais, acho que é disso que nos três sentimos mais falta. Mas compensamos com passeios ao ar livre, e conhecendo lugares novos e curtindo o que São Paulo tem de melhor. Somos nós três, a nossa família. Nem tudo é fácil, mas fico feliz por estarmos juntos todos os dias.

Perguntei ao meu filho se ele tem vontade de voltar a morar em Belo Horizonte, ele disse que não, e ele fala com todo mundo que nós dois estamos muito bem, que só o pai dele não gosta muito.

Para quem tem marido morando em outra cidade por causa de trabalho, recomendo pensar bem a respeito. Distância não faz bem para o casamento nem  para os filhos. Por mais difícil que seja deixar tudo para trás, mudança dá uma gás. Coragem!

Clique aqui para saber como foi a primeira parte dessa história:

Pai e mãe e o (des)equilíbrio familiar

Sobre o autor:

Bebel Soares

Bebel Soares

Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe”, dona de casa, agitadora social, feminista,paciente oncológica (câncer de mama). Antiga aluna do Colégio Loyola.
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