Minha filha parou de respirar, isso mesmo apneia. Do nada, sem “aviso”… Tenho uma filha de três anos e dei todas as vacinas no posto de saúde porque a pediatra achava desnecessário dar particular. Ela nunca teve nada e, para falar a verdade, mal chorava quando tomava as agulhadas. Aí veio minha segunda filha. Como estou morando em Lagoa Santa e com outra pediatra, recebi a orientação de dar a vacina particular por causa de possíveis reações, mas não levei a sério, afinal a minha experiência era ótima já que minha primeira filha nem tinha tido febre direito.
Dei a vacina no posto de saúde mesmo. Recebi a orientação de aguardar 30 minutos para amamentar e foi o que fiz. A Paulinha (minha segunda filha) mamou e dormiu. Meu marido foi levar a mais velha na escola e resolvi assentar ao lado do carrinho enquanto ela dormia. Foi aí que tudo começou… Estava ao lado dela, olhando e ouvi um barulho estranho (não sei explicar) e resolvi pegá-la no colo, já haviam passado 3 horas da hora que tomou a vacina.
Quando minha filha parou de respirar
por Claudyne Duarte
Quando a peguei, não ouvi a respiração. Corri para o trocador para vê-la melhor e, quando a deitei, já estava com os lábios e bigode roxos. Peguei-a de novo, virei de cabeça pra baixo e bati nas costas. Pensei que havia engasgado, quando a virei de cabeça pra cima de novo, o nariz já estava roxo. Virei de cabeça pra baixo de novo e bati mais nas costas, quando voltei já estava com parte da testa roxa, fiz novamente e ainda de cabeça para baixo, vi que o couro cabeludo estava ficando roxinho e nada dela voltar a respirar, nesta hora ela já estava molinha, desfalecendo.
Deu-me uma dor no coração porque ela sempre foi durinha, não gostava de encostar a cabeça na gente e fiquei com medo de perdê-la nos meus braços. Enquanto isso minha ajudante ligava para o meu marido ele ligava para os bombeiros.
A deitei no meu colo e soprei a boca. Quando fiquei em pé ela fez uma cocô (daqueles bem barulhentos) e puxou o ar (meus olhos ainda enchem de lágrimas só de pensar). Ela estava voltando a respirar, graças a Deus e à rápida reação que tive.
Foi puxando o ar com dificuldade, mas respirando. Deitei-a no trocador novamente, apesar de ter mantido a calma no momento, estava tremendo demais. Ela ainda ficou pálida uns 30 minutos e depois foi voltando ao normal. Levei-a a dois pediatras e a conclusão foi reação vacinal. Fiquei uma semana sem dormir. Ficava com ela à noite por medo de algo acontecer. E depois a alegria de realmente não ser nada mais grave, foi a vacina mesmo. A sensação que tenho é que Deus me “deu” minha filha duas vezes!
Mães, não deixem seus filhos sozinhos após a vacina de 2 meses.
A pediatra me orientou e pediu que eu entrasse com um processo para conseguir a vacina acelular pela rede pública, sei que tenho condições de pagar, mas muitos não têm e só com relatos de casos concretos é que o ministério da saúde pode aprovar a inclusão da vacina acelular na rede pública.
Foi um processo longo… relatório médico, formulário, telefonemas sem fim para mim e para os médicos, idas ao posto de saúde para contar a história pra mais alguém e cada vez que eu queria desistir eu pensava em como era injusto a saúde/educação serem deixadas tão de lado, até os estádios são mais importantes, e continuava tentando. Na segunda, dia 14/07, recebi a notícia que o processo foi aprovado e que a vacina acelular da Paula já está no posto para a segunda dose que será dada dia 28/07. O coração está apertado porque a vacina acelular também pode dar reações mais brandas, mas tenho certeza que tudo vai dar certo.
Claudyne Duarte
Padecendo no Paraíso informa:
Esse texto foi publicado com o intuito de informar as mães sobre a necessidade de acompanhar as crianças após a vacina. O número de casos em que ocorrem reações sérias é muito pequeno, mas é importante estar atenta. Vacinação é fundamental! Sempre vacine seus filhos!
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É indiscutível a importância e os benefícios das vacinas. Clique na imagem abaixo para ler mais sobre a febre após a vacina.