05 de junho de 2017
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Segundo filho -Toda mãe merece ter

Toda mãe merece ter o segundo filho. Ouvi essa frase outro dia de uma mãe que, como eu, está vivendo a experiência de ter uma recém-nascida em casa, irmãzinha mais nova de uma criança espoleta. No meu caso, estou falando da Maria, com 40 dias, irmãzinha do Lucas, de 3 anos e 2 meses. Meus filhos, minha vida. Quando ouvi a frase que abre esse texto, entendi exatamente o que ela quis dizer.

Toda mãe merece viver essa experiência que estou vivendo. De curtir a parte boa sem morrer de medo da parte difícil. Explico. Quando descobri que estava grávida da Maria, dei uma surtada. Não foi uma gravidez planejada, ela escapuliu. Gosto de pensar que minha filha já estava por perto, esperando eu e o pai dela bobearmos para poder vir.

Toda mãe merece ter o segundo filho

De repente, ali estava eu, encarando novamente aquelas duas listrinhas rosas que tem o poder de mudar completamente a sua vida. Senti medo. Me lembrei do primeiro mês de vida do Lucas. Nos primeiros 15 dias depois do seu nascimento, eu chorei todos os dias. De insegurança, de stress, de dor, de sono. “Será que ser mãe é isso?”, eu me perguntava.

Eu queria dormir e não podia.

Eu queria sair de casa e não podia.

Eu queria, sei lá, comer um chocolate, tomar um banho quente demorado e ver Game of Thrones, e não podia.

Tinha que amamentar, mesmo com o peito machucado. Mesmo com um cansaço que doía até os ossos. Chorava. Achava que estava fazendo tudo errado com ele. Não queria receber visitas. Não queria que ninguém pegasse ele no colo. E chorava. Me sentia culpada por estar chorando, porque o maior presente da minha vida estava ali na minha frente, e eu estava chorando.

O tal amor de mãe.

Mas, como tudo na vida, essa fase passa. E passou. E eu fui vendo aquela insegurança se transformar num amor tão grandioso e espetacular que eu engasgo só de pensar. Um amor que inunda e transborda do seu peito, que preenche cada espacinho do seu ser, que é maior do que qualquer coisa que você já sentiu por qualquer pessoa. O tal amor de mãe.

E aí, de repente, ou melhor, 2 anos e 5 meses depois, as duas listrinhas rosas me avisavam que eu iria passar por isso tudo de novo bem antes do planejado. Suspiros. A gravidez do segundo filho é bem diferente. Você não se preocupa tanto com o bebê, pra falar bem a verdade. Sua atenção, foco e dedicação estão no mais velho e em tudo que você precisa fazer pra ele ficar bem e aceitar a nova situação. Enxoval? Quarto? Compras? Chá de fralda? Dá tempo de fazer depois, já já eu olho.

Me lembro que em um dos ultrassons, me senti mal porque não fiquei emocionada como eu ficava vendo o Lucas. Perguntei pra minha mãe se eu amaria a Maria como eu amava ele. Foi a pergunta mais sincera que já fiz. Ela me disse que sim, incondicionalmente. Que meu coração dobraria de tamanho quando ela nascesse. Que não existe amar um filho mais que outro.

Medo

Aceitei, mas no fundo, bem lá no fundinho, eu ainda tinha esse medo. As semanas foram passando, a correria foi pegando, e, finalmente, chegou a hora dela nascer. E ela chegou. No dia 23 de abril de 2017, eu estava ouvindo o chorinho da minha boneca, choro esse que parou na mesma hora em que ela ouviu minha voz.

E aí eu descobri que algo maravilhoso tinha acontecido: dessa vez, eu já sabia ser mãe. Eu já sabia o poder que meu colo e meu acalento tem. Eu já sabia que, por mais difícil que amamentar pudesse ser no início, seria uma experiência deliciosa para ter com minha filha, de puro amor. Eu já sabia que existe luz no fim do túnel (rs) e que eu iria sim dormir novamente uma noite inteira. Eu já sabia que iria cometer erros, mas que esses erros seriam pequenos perto dos acertos e que minha filha não me amaria menos por causa disso. Eu já sabia que encostar a cabecinha dela no meu peito para ouvir meu coração batendo valeria mais do que qualquer bugiganga da Fisher Price que eu pudesse comprar. E esse saber tornou o primeiro mês de vida da minha filha o melhor mês da minha vida.

Meu coração dobrou de tamanho

E aí veio aquele mesmo amor avassalador e tomou conta de mim. Como minha mãe me prometeu, meu coração dobrou de tamanho. E aumenta mais a cada novo barulhinho que ela faz, a cada descoberta, a cada sorriso, a cada toque. E aí eu entendi que o que faz a gente chorar no primeiro mês da vida do primeiro filho não é a criança em si.

Mais dolorido do que dar a luz a um bebê, é dar a luz a uma mãe. É dar adeus a sua vida antiga e entender que seu mundo mudou, pra sempre. Que seu filho sempre virá em primeiro lugar. Quando vem o segundo, a mãe já nasceu. Já se fortaleceu. Já sabe que é capaz de tudo por suas crias. Já sabe que existem várias dificuldades, mas que o cheirinho no cangote dos filhos tem o poder de curar qualquer mal do mundo. E toda mãe merece sentir isso. Agradeço todos os dias pelo privilégio de ser mãe de dois.

 

Carolina Cunha

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