O brincar, tema de fundamental importância para o desenvolvimento da criança, seja no âmbito físico, emocional ou intelectual, é tão importante como a satisfação das necessidades básicas de qualquer pessoa. Brincando, a criança aprende coisas que a ajudarão pelo resto da vida.
O desenvolvimento infantil se encontra particularmente vinculado ao brincar uma vez que, este último, se apresenta como a linguagem própria da criança, através da qual lhe será possível o acesso à cultura e sua assimilação, em um movimento dialético.
Segundo Ariès (1981), não há como falar da importância do brincar sem conhecer sua história. Somente no final do século XIX e início do século XX que a criança passou a ser reconhecida como um indivíduo em desenvolvimento e diferente do adulto, o que fez com que a infância, com suas brincadeiras, adquirisse fundamental importância para o estudo da passagem fantasia-realidade do mundo infantil.
Os pais queriam criar bem os filhos, mas não davam tanta importância ao brincar. Hoje, já vemos que a mentalidade já é outra. Temos lugares especializados para a criança brincar e temos pais antenados à isso, pois a maioria deles brincou na rua.
Não se pode mais brincar na rua, devido a violência, a vida é corrida…. É, Padês, até pituquinhos e pituquinhas começam a se relacionar através desse brincar. No início, na descoberta da mãozinha, do próprio corpo, os bebês brincam sozinhos com vultos, brinquedos com barulho ou sem. Lembrando, as crianças, até pra brincar, precisam de supervisão dos pais, familiares e ou responsáveis. Grito aos quatro cantos que o melhor é resgatar o pula-corda, a casinha, o subir na árvore, o se sujar com terra, tinta e texturas, enfim, as brincadeiras de rua.
Através da brincadeira ela começa a aprender como o mundo funciona, o que pode e o que não pode ser feito. Padês, a criança adquire experiência brincando e a brincadeira é uma parcela importante de sua vida.
A personalidade dos adultos que se desenvolve através de suas experiências de vida. As crianças também evoluem no seu processo de crescimento por intermédio de seu brincar e das re-invenções de brincadeiras feitas por outras crianças e por adultos. Brincando, a criança elabora a noção do próprio corpo, a consciência de suas partes, movimentos, posturas, bem como a sua integração.
Padês, o brincar é um elemento expressivo, básico, indispensável para a formação da personalidade da criança, pois reflete o equilíbrio entre as funções psicomotoras e seu psiquismo.
Na minha vida, o brincar tem me acompanhado. Fui professora de Resgate Cultural no Sesi e na escola Alternativa em Belo Horizonte, que ocupava o “lugar” da Educação física pra crianças do Ensino Infantil e Fundamental, tamanha a importância desse brincar no mundo contemporâneo. Na psicologia, sempre o universo infantil, o brincar, me especializei em PSICOMOTRICIDADE. E continuo brincando até hoje!
Temos que lembrar, padês, do brincar virtual, que faz parte do dia a dia dessas crianças que nasceram nesse século e no fim do século passado. Graças a neurociência, hoje, sabemos, que esses joguinhos não são os vilões. Podemos deixar as crianças brincarem, COM TEMPO LIMITADO! De acordo com regras estabelecidas por cada família, afinal, não podemos criar um “etezinho”, não é?
Que tal juntar a modernidade com as memórias e brincar? Olhem que legal: “Mapa do Brincar” é uma iniciativa da “Folhinha”, suplemento infantil do jornal Folha de S.Paulo. O site reúne hoje 750 brincadeiras de todo o país.
A primeira versão do projeto foi lançada em maio de 2009, quando convidou crianças de todo o país a contar quais são suas brincadeiras. Um dos objetivos era descobrir se há semelhanças e diferenças entre o brincar no Brasil. De maio a julho do mesmo ano, a “Folhinha” recebeu 10.204 inscrições de crianças das cinco regiões do país, com participação maior do Sul e do Sudeste.
Em alguns Estados, a equipe da “Folhinha” também coletou brincadeiras diretamente com as crianças, mas sempre preservando os relatos infantis. Todo esse material enviado (ou coletado) foi lido e analisado por uma equipe de especialistas na área do brincar.
O site ganhou nova versão em dezembro de 2011, quando ampliou o repertório de brincadeiras coletadas pela equipe da “Folhinha” nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Cada brincadeira registrada neste site traz a indicação de sua origem, o que não quer dizer que ela seja só daquele lugar. A origem indica a cidade em que mora o participante que mandou a brincadeira.
Devido à extensão do país e ao rico repertório de brincadeiras das crianças, no entanto, há ainda sempre o que registrar. Por isso, se você conhece brincadeiras (ou variações) da sua região que não estejam no “Mapa do Brincar”, clique aqui para enviar seu material.
O “Mapa do Brincar” é fantástico. Eu indico navegar pelo site e descobrir muitas brincadeiras, de todas as regiões do Brasil.