Meu filho não aceita mais leite. E agora? Comumente vemos pais preocupados com a falta do leite na alimentação dos filhos. Sabemos que a orientação atual é oferecer o leite de vaca após o desmame, caso a criança tenha mais de um ano e não seja alérgica ao mesmo. Essa orientação visa suprir a necessidade de cálcio para que o osso se mineralize e cresça de forma adequada. Questiona-se se o consumo de cálcio está associado com redução do risco de fraturas na adolescência e de osteoporose na vida adulta.
Cada faixa etária necessita de diferentes quantidades de cálcio durante o desenvolvimento.
Idade | Necessidade aproximada diária de cálcio |
0-6 meses | 210-400 mg |
6-12 meses | 270-600 mg |
1-3 anos | 500-800 mg |
4-8 anos | 800-1200 mg |
9-18 anos | 1200-1500 mg |
Atividade física sabidamente melhora a massa óssea também e deve ser estimulada.
Alguns estudos sugerem que crianças com baixa massa óssea apresentam risco maior de fraturas. Também já foi relatada relação positiva entre o consumo de refrigerantes tipo cola e fraturas (o fósforo prejudicaria a mineralização óssea e/ou o consumo de laticínios diminui).
Há poucos dados sobre a necessidade de cálcio nas crianças antes da puberdade. Nelas a absorção de cálcio é baixa, aumentando com a puberdade. Provavelmente a ingestão de 800 mg de cálcio por dia é suficiente para uma boa mineralização óssea. É importante que hábitos alimentares adequados sejam criados nessa faixa etária, favorecendo a ingestão maior de cálcio mais tarde.
Já na puberdade/adolescência, é necessária a ingesta de 1200-1500 mg/dia, propiciando o pico de massa óssea, favorecendo a altura final e reduzindo o risco de osteoporose na terceira idade. É a fase de maior necessidade de cálcio. Entretanto, a média de consumo fica entre 700-1000 mg/dia. Muitos adolescentes reduzem o consumo de laticínios equivocadamente, na tentativa de reduzirem o peso.
Fontes de Cálcio
É importante conhecermos as principais fontes de cálcio na dieta, para que consigamos atingir a meta diária. Os vegetais são fonte de cálcio, mas é necessária porção grande para alcançar a meta. No Brasil temos poucos alimentos enriquecidos com cálcio.
Comumente as crianças rejeitam o leite.
- Algumas deixam de aceitar quando tiramos a mamadeira.
- Outras um tempo depois, por alteração no paladar.
Meu filho não aceita mais leite. E agora?
Recomenda-se:
- Que seja trocada a marca do leite na tentativa de melhorar a aceitação.
- Oferecer em diferentes temperaturas também é importante.
- Tentar copos variados também – as vezes um recipiente com um personagem de interesse estimula o consumo.
- Pode-se também tentar o leite em pó polvilhado sobre uma fruta.
- Outra possibilidade é dar vitaminas (leite+fruta).
- Queijos, iogurte e coalhada também são ótimas fontes de cálcio.
- Se a criança aceita leite com chocolate, uma alternativa interessante é acrescentar quantidades progressivamente maiores de cacau no achocolatado – dessa forma, reduz-se a quantidade de açúcar.
- O importante é tentar várias vezes, pois frequentemente a resistência diminui e a criança volta a aceitar o leite.
Crianças intolerantes a lactose podem ingerir leite e derivados sem lactose e aumentar o consumo de vegetais e dos alimentos suplementados com cálcio.
Crianças alérgicas ou que simplesmente não gostam de leite e derivados? Como fazer?
Essas crianças devem tomar alimentos fortificados:
- leite de: soja, amêndoas ou coco,
- suco de laranja e cereais – é importante sempre consultar os rótulos para saber a quantidade de cálcio presente
- e o máximo possível de verduras/legumes ricos em cálcio.
Alimento | Porção | Quantidade de cálcio |
Leite | 240 ml | 300 mg |
Brócolis cozido | ½ xícara – 71 g | 35 mg |
Feijão branco | ½ xícara – 110 g | 113 mg |
Muçarela | 50 g | 350 mg |
Iogurte | 240 ml | 300 mg |
Espinafre cozido | ½ xícara – 90 g | 120 mg |
Laranja | 1 média | 50 mg |
Sardinhas com ossos ou salmão | 240 g | 50 mg |
Batata doce | ½ xícara – 160 g | 44 mg |
Concluindo, o suprimento adequado de cálcio, juntamente com a vitamina D e a atividade física, são fundamentais para o desenvolvimento ósseo e crescimento. É preciso encontrar uma estratégia nutricional para que a ingestão de cálcio seja adequada, caso a criança recuse ou não possa consumir leite/derivados.
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