Profissão: Administradora, profissional de Marketing
Quais procedimentos estéticos você acha bacana? (cirurgia plástica, botox, peeling, etc) Gostaria de mencionar algum que já fez?
Procedimentos estéticos invasivos, de jeito nenhum.
Você tem algum ritual diário de cuidados com a sua aparência?
Tenho é trauma de infância! Nunca fui, no meu pais, a rainha da primavera, todas minhas irmãs foram. Nunca fui uma menina popular, era nerd , sabelotodo. A corte da rainha tinha damas e pagens do reinado, sou diva ao contrario! Pensa, nesse calor, a capa de veludo era o sonho de toda menina!
Quais produtos você usa com frequência?
Amei as dicas da Ana Andrade, porque sou fã de carteirinha e ela é uma diva natural, da vontade de fazer tudo! É claro que não vou fazer tudo….mas amei a dica do protetor solar e vou com certeza fazer. Outra coisa é que vou agora correndo comprar um rímel fabuloso pra testar.
Algum cuidado especial com os cabelos?
Cabelo tem que cuidar sem parar… Eu não topo isso nem fodendo! Um cabelinho cortado tem um poder de renovação incrível , não é?
E com a pele?
Hidratante
E com mãos e pés?
Faço as unhas.
Gostaria de dar alguma dica para as padês?
Não tenho nenhuma intimidade com as lentes dos fotógrafos, é uma coisa impressionante, eu tenho a manha de sair feia nas fotos para as quais eu faço posse. Já me acostumei , nem ligo, procuro as mais bonitinhas para guardar e apago o resto.
Me sentir amada pelo Henrri e pelo Gabo, eles faz meu instante perfeito, e o resto… O resto? O resto é resto!
Sou diva padrão normal, a dica master de beleza é espalhar alegria por onde a gente vai.
Hoje ela diva no céu…
Até sempre Micho!
NOTA: Todas as divas, para fazerem parte dessa coluna devem ter participado de eventos do Padecendo no Paraíso e terem sido fotografadas pela Bruna Tassis. As musas são eleitas através de votação mensal dentro do nosso grupo.
Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, colunista da Canguru, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe” Dona de casa, blogueira, agitadora social, feminista.
Bebel é casada com o arquiteto Alexandre Lorentz e mãe do Felipe.
Sempre gostou de se envolver com as questões do universo feminino. Tem grande preocupação com o coletivo e acredita que é necessário unir forças para melhorar o mundo.
O fonoaudiólogo trata de deficiências de fala, audição, voz, escrita ou leitura. Pode atuar em parceria com outros profissionais, conheça as fonoaudiólogas de BH mais indicadas pelas padês.
Fonoaudiólogas de BH mais votadas pelas padês
Ana Paula Gasparini Braga
Fonoaudiologia CRFa MG 2188
Mestre em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto/ UFMG
Especialista em Motricidade Orofacial / CFFa
Atendimento a pacientes com Distúrbios Miofuncionais Orofaciais ( respirador oral, alterações de deglutição, mastigação e fala) , cirurgia ortognática , disfunção temporomandibular , ronco e apneia , traumas de face, paralisia facial e aprimoramento da estética facial.
Rua Alagoas, 1000, sala 1102 – Savassi Telefone: 4102-2829 E-mail:[email protected] Convênios:Somente pacientes particulares – desconto Clube Padecendo
Isabela Albeny Gallo
Fonoaudiologia CRFa-MG 1812
Especialista em motricidade orofacial
E-mail: [email protected]
Rua Levindo Lopes, 333/1102 Savassi Telefone: 3213-0281 Convênios: Não aceita planos de saúde (somente pacientes particulares)
Paula Starling Simão
Fala e linguagem infantil
Rua Hidra, 401 sl 201 – Santa Lúcia Telefone: 3284-1868 Convênios: Não aceita planos de saúde (somente pacientes particulares)
Karina Gesualdi
Fonoaudiologa, CRFA 2592.
Especialista em Motricidade Orofacial, aperfeiçoamento em disfunção temporo mandibular e voz. Atendimentos a pacientes com alterações na fala, mastigação, deglutição, respiração, casos ortodonticos, voz, e dificuldades em aprendizagem escolar.
Atendimento a crianças e adultos.
Endereço 1:
Rua Ponte Nova 857, sala 201 – Floresta. Telefone: (31) 3423-0081 Convênios: Saúde Caixa, Usisaúde e Fundaffemg
Endereço 2:
Avenida Bias Fortes, 197, loj 2. Telefone: (31) 30249030. Convênios: Não aceita
Estacionamento no local
Renata Lerman Sinai
Sócia fundadora da Clinica Sentidos
Especialista em Motricidade Orofacial- CEFAC
Formação no Curso básico de Tratamento Neuroevolutivo Bobath
Formação em Integração Sensorial
Formação Método Therapy Tape
Formação em Reabilitação Virtual
Especialista em Voz e Motricidade Oral
Clínica Funcional
Rua Francisco Deslandes, 971/9º andar. Anchieta Telefone: (31) 98210-6696 Convênios: Não aceita planos de saúde (somente pacientes particulares)
Roberta S. Clark
Especialista em Motricidade Orofacial Aperfeiçoamento em Motricidade Orofacial com enfoque em Disfagia no âmbito hospitalar Pacientes com alterações de fala, linguagem, distúrbios relacionados à ortodontia, Disfagia. Auxílio à amamentação.
Av. Cristóvão Colombo, 519/1104 – Savassi Telefone: 3284-2413 e 99979-8854 Convênios: Não aceita planos de saúde (somente pacientes particulares)
Thais Soares Teixeira
Especialização em Motricidade Orofacial pelo Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica
Consultório de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional.
Atende indivíduos com alterações na fala, linguagem, respiração, mastigação, deglutição e sucção. Casos ortodônticos.
Curso de amamentação à gestantes e auxílio na amamentação.
Bebês com ganho de peso lento e dificuldade de aceitar diversas consistências na alimentação.
Rua Santa Rita Durão, nº 321, sala 1107/1108, Funcionários – Belo Horizonte Telefone: 98477-0440 Convênios: Não aceita planos de saúde (somente pacientes particulares)
Renata Araújo Fonseca Lima
Clínica Sensorial
Rua Dos Inconfidentes, 657, Funcionários – Belo Horizonte Telefone: (31)3223-3943 Convênios: Não aceita planos de saúde (somente pacientes particulares)
Ana Luiza Mourão
Especialização em Psicopedagogia com ênfase em educação especial e educação inclusiva e em Audiologia.
Áreas de atuação: atendimentos a adultos e crianças. Intervenção com crianças com necessidades especiais, distúrbios da motricidade orofacial, de fala e linguagem.
E-mail: [email protected] Atendimento domiciliar. Telefone: (31) 99689-6985
Carla Menezes
Desenvolvimento infantil típico e crianças com necessidades especiais.
Áreas de atuação: distúrbios da motricidade orofacial, linguagem oral e escrita.
Rua Aimorés, 462 – sala 515 e 517 Telefone: Convênios: Não aceita planos de saúde (somente pacientes particulares)
Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, colunista da Canguru, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe” Dona de casa, blogueira, agitadora social, feminista.
Bebel é casada com o arquiteto Alexandre Lorentz e mãe do Felipe.
Sempre gostou de se envolver com as questões do universo feminino. Tem grande preocupação com o coletivo e acredita que é necessário unir forças para melhorar o mundo.
Acho que posso falar por todas nós, que sábado, dia 20 de fevereiro de 2016, foi, sem dúvida, a nossa apresentação mais difícil. Quem estava presente pode presenciar um esforço de todas pra chegar até ao final da apresentação. Do primeiro ao último batuque. Da primeira à última lágrima. Nunca nossos instrumentos pesaram tanto. Nunca foi tão difícil acertar os comandos do nosso mestre. Nunca foi tão difícil tocar com uma ‘alegria’ pensada e arrancada ás duras penas nem sei de onde, e não mais aquela alegria espontânea que sempre nos acompanhou. Tocamos inundadas de tristeza, saudade e dor. Mas também de gratidão, de carinho e principalmente de amor.
Ontem, nossa dor estava visível para todos. Estava transparente aos olhos, gritando dentro de nós, quase palpável. Cada música, cada trecho, cada coreografia que nos fazia lembrar dela, doía. Assim como doía ver a emoção também no rosto de quem estava ali nos assistindo. Doeu ver o sorriso dela, aquele sorriso farto e sincero, estampado num retrato e não mais entre nós, ao vivo e a cores (tantas cores!). Em alguns momentos eu chorei e fui abraçada. Outras era eu quem estava abraçando uma amiga que chorava. No final, todas choramos muito e nos consolamos e nos confortamos num abraço coletivo. E é assim que tem sido nossa jornada. Essa longa caminhada que estamos trilhando juntas, algumas há um ano, outras há dois, três…
E é para esse ponto que hoje eu queria chamar a atenção! Essas mulheres lindas são guerreiras diariamente. Quem acompanha a gente e nos vê tocar com tanto amor e tanta alegria, não faz ideia de quantas histórias maravilhosas, mas ás vezes também de muita luta, sofrimento e dor que cada uma de nós enfrenta diariamente, nos bastidores. São mulheres extraordinárias que se doam de corpo e alma para essa charanga. Que ás vezes deixam um filho doente em casa, ou o marido contrariado pra poder ensaiar. Que perdem um compromisso ou chegam atrasadas e cansadas em eventos familiares. Que acumulam bolhas, roxos e dores, mas que ainda sim, tocam sorrindo. Que estão enfrentando batalhas internas, que estão enfrentando problemas pessoais, mas que ainda sim, não faltam e dão o melhor que podem, mesmo com a alma ou o coração em frangalhos. Porque honram o compromisso que assumimos umas com as outras. Porque honram a responsabilidade que assumimos com todos que nos acompanham e apoiam e ajudam. Porque são mulheres fortes e eu agradeço a Deus todos os dias por ter me apresentado a essas mulheres fora de série! E é exatamente como ontem, que essa charanga vive. Um dia sou eu quem choro, em outros eu procuro ajudar. E é lindo, ver como cada uma se despe dos seus próprios problemas e estende a mão para uma amiga. Mais do que amiga, nos tornamos uma família, uma irmandade, como bem disse uma padecente, que infelizmente agora me foge o nome (desculpe!).
Nos ajudamos, nos apoiamos e assim, vamos seguindo em frente. A Micho era uma das que mais se doava para as outras. E sem fazer alarde. Ela de longe percebia que alguém não estava bem, se aproximava, dava um abraço e nos presenteava com palavras doces e com uma sabedoria infinita. Ás vezes, até com leves puxões de orelha. Mas sempre, e principalmente, com muita doçura, muito amor! E sempre, sempre com um sorriso!
Então é assim que nós vamos continuar. Deixando florescer o amor que ela semeou entre nós. Que as lágrimas que derramamos ontem, façam brotar os frutos que ela plantou em nós! Porque dentre as muitas lembranças e os muitos ensinamentos que ela deixou, mesmo entre aquelas que ela não a conhecia pessoalmente, é essa imagem que eu vou levar comigo: da pessoa doce e amiga, que semeava o amor!
E quero terminar com uma mensagem, assim como ela nos presenteava todas as noites. Escolhi trechos de dois filmes, que não me saíram da cabeça esta semana.
“Faça valer a pena! Apenas faça valer a pena!”
“Tentei viver minha vida o melhor que pude. Espero ter sido o suficiente. Eu espero que ao menos aos seus olhos, eu tenha merecido…”
“Eu não sei se você está ouvindo, mas estou falando com você. Eu te amo desde o momento em que te vi. Eu te amo agora e vou te amar para sempre. Não é um adeus. É só amor! Só amor!”
Para a maioria de nós, 16 de fevereiro era um dia como outro qualquer. Até hoje. Até clarear esse lindo sol emoldurado no céu azul.
Esse dia tão ensolarado nos revelou que sua existência física entre nós foi interrompida durante a noite. Dia plácido, com nuvens caprichosamente dispersas como nos seus desenhos de aquarela… Não podia ser diferente. Ela estava plácida como esse mesmo céu que descrevi. Ela se foi leve como estava vivendo…
Até sempre, Micho!
Michelle Lapouble Do Verge foi membro ativa e moderadora do grupo Padecendo do Paraíso, integrante da Charanga das Padês e nossa amiga durante os melhores e piores momentos da maioria das integrantes do grupo.
Tinha sempre algo a dizer, um abraço afetuoso a oferecer e sorrisos… Mil e um deles! Exibidos em meio a palavras sempre inspiradas e que carregavam aquele delicioso sotaque…
Ficou conhecida por muitas padecentes por seus textos acolhedores. O post do HELP era aguardado por muitas de nós como um bálsamo que finalizava nossos dias. Publicado diariamente por ela, era uma espécie de coluna em que trazia humor e alento para nossas questões relacionadas à vida e a maternidade. Ela interagia com todos os comentários, respondendo com sua empatia de sempre. Dedicava-se a isso com muito amor e seriedade, procurando sempre inovar em reflexões e citações que nos proporcionavam novo fôlego para o dia seguinte.
Consigo ouvi-la hoje mais do que nunca, pronunciando de modo engraçado algumas palavras, mas em todas elas sempre lançando ao mundo o melhor de sua essência:
MUITO AMOR, ESPERANÇA e ALEGRIA.
Escolhi apenas três palavras, mas o legado de sua vida que estará sempre presente na nossa vida é muito mais que isso. Aliás, acrescentarei mais uma palavra:
VALENTIA.
O que não significa dar murros aos quatro ventos.
Não, Michelle foi exemplo de investir na valentia quando poderia ser tomada pelo temor. Quando poderia ser invadida pelo desespero. Quando poderia se entregar à tristeza de um difícil diagnóstico.
O diagnóstico
No início de fevereiro, recebemos a notícia da presença de um câncer de estômago em nossa amiga. Como todo ser humano, ela viveu momentos difíceis, de atordoamento e inquietação. Logo começou a se recuperar e escolheu ser discreta com sua condição. Entre diagnóstico e tratamento, se encontrou com alguns poucos amigos e, principalmente, decidiu viver momentos especiais e intensos com seu marido e filho.
Na última quarta-feira, ela foi internada e passou por uma cirurgia para procedimentos de controle da doença. O mais incrível é que Michelle já estava tão positiva que consolava a maioria de nós que a acompanhou nesses últimos dias. Sempre dizendo: “Olha, eu estou bem. Eu vou ficar bem…”. Algumas vezes arrancou sorrisos e lágrimas simultâneas de todas nós.
Com extrema valentia, Micho saiu da longa cirurgia e esteve se recuperando enquanto amigos e família a cobriam de carinho e cuidados no hospital. Havia uma previsão de alta para amanhã, quarta-feira. Nas últimas 24 horas deu uma guinada na recuperação! Estava mais acordada, conversando, usou maquiagem para selfs nas trocas de escala das amigas… Recebeu sua família ontem à noite e se despediu. Infelizmente, durante seu sono, sofreu uma complicação comum em cirurgias desse tipo e não despertou.
Tomei para mim a tarefa se escrever essa homenagem e desde a primeira palavra digitada eu só tinha certeza de uma coisa: da importância de seguirmos seu exemplo nesse momento difícil.
Uma lady desbocada
Nem sempre ela era serena e racional com o que vivia. Aliás, Micho era uma lady desbocada! Em sua história, tomou decisões que refletiam a intensidade com que encarava a vida, ao mesmo tempo em que experiência e maturidade lhe renderam uma boa dose de ponderação necessária para lidar com as contingências da vida.
Se houvesse como Michelle soprar no meu ouvido algo a dizer a cada uma de suas amigas padecentes, tenho a certeza que seriam carregadas daquele sotaque gostoso em meio de um largo sorriso:
“Ô amada, não fique assim. Veja…”.
E teria muitas palavras para nos acolher e por fim nos levar a alguma risada junto dela.
Portanto, desafio a todos que leram até aqui a não se entregarem à tristeza e ao desalento. Vamos recordar de nossos momentos com a Michelle com a mesma alegria que ela semeava…
Vamos recordar de suas palavras e sua presença até hoje com o mesmo carinho que ela dedicou a todas nós.
Vamos nos erguer em oração por ela e por sua família, seguindo seus passos e semeando amor e esperança como ela fez em sua vida.
Vamos viver intensamente cada momento como ela fez até os últimos dias. Levaremos conosco esse legado e ela continuará sempre presente em cada uma de nós.
Os desafios e vitórias da maternidade atípica são inspiração para escrever. Blogueira da Caminho de Pedras e Flores. Colunista da Padecendo no Paraíso e Canguru OnLine. Descobriu na maternidade a maior oportunidade de autoconhecimento e de ajuda mútua para o mundo que queremos.
História das Padês é uma coluna onde damos espaço para que as participantes do grupo secreto contem suas histórias. Quem nos fala hoje é a Anelise Lara, que acabou de ter a segunda filha e está vivendo novas emoções e descobrindo que cada filho é único.
Cada filho é único!
Cada filho é único. Quando o primeiro filho nasce, você percebe que tudo é completamente diferente do que você imaginou. Durante a gravidez você sonha, idealiza, planeja e, quando nasce, te arrebenta. Nada é como você pensou. Simplesmente porque dá muito mais trabalho. É quase impossível dividir esse trabalho, o amor te domina de tal maneira, que você pode morrer no cansaço, mas quer fazer tudo.
Em compensação você nunca imaginou que esse primeiro filho pudesse te transformar tanto. Você se vê mais sensível para os problemas do mundo, mais forte (inclusive fisicamente), mais dona de casa, mais ativa e mais capaz de resolver qualquer coisa.
Quando você engravida do segundo filho, você logo pensa: já sei o tal “segredo”, dá trabalho demais. Então está tudo certo porque já sei como vai ser. Porém, depois do seu marido perguntar 4464335 vezes se vai conseguir amar o segundo com a mesma intensidade que ama o primeiro, você acaba pensando que continuará dando a mesma assistência para o primeiro, porque, no segundo, conseguirá delegar mais o trabalho para terceiros (principalmente no inicio, afinal de contas, o bebezinho nem percebe, ainda não entende).
Enfim nasce e, de novo, você descobre que não sabia absolutamente nada. Você é arrebatado por um amor que faz tudo ficar mais difícil do que da primeira vez. Você sente culpa por não conseguir cuidar do primeiro, pede socorro, tem vontade de gritar porque se já amava muito, e amar dói, agora está amando o dobro. É tão difícil deixar alguém cuidar do seu bebê quanto foi da primeira vez, simplesmente porque é o segundo, mas no fundo é o primeiro, porque cada filho é ÚNICO!
Uma anônima mandou um post demonstrando sua insatisfação consigo mesma, ao ver-se “menos bonita” diante de outras mães, no primeiro dia de aula. Sentiu-se um “mulambo” e quis saber se há como mudar. Há. Com certeza! Estou escrevendo porque, não só uma, mas várias outras quiseram saber como aconteceu a mudança em minha vida.
Sou casada há 9 anos, e a minha filha mais velha tinha 1 ano e 4 meses quando o meu filho nasceu. Sou advogada, tinha um emprego que amava (amava muito) e sofri forte assédio após a licença maternidade da primeira filha. No entanto, ao descobrir a segunda gestação, meu chefe não me poderia demitir e transformou minha vida num inferno. Tive uma gravidez complicada, meu filho teve uma má-formação e acabei sendo afastada do trabalho por depressão. No pós-parto, então, eu era a depressão andando por aí. E como problema nunca anda sozinho, perdi meu pai, o que me doeu profundamente.
Engordei muito. Muito mesmo. Trinta quilos, que, somados aos quilinhos restantes da primeira gestação, me levaram aos 98 quilos! E, pra completar, meu marido tomou posse num concurso público e teve que mudar-se para o interior. Fiquei, também, sozinha. Literalmente, eu e dois bebês. Até a empregada chorava, às vezes, na hora de ir embora e me deixar naquela situação.
Não consegui minha recolocação no mercado, e acabei sendo “apenas dona de casa”, afinal, com dois pequeninos… E digo “apenas” porque sei o quanto é difícil esta função, o quanto se trabalha e não há qualquer valorização. Não há. A vida da mulher fica restrita a fralda, Galinha Pintadinha, assuntos de mãe. Só. Os outros papéis (mulher, profissional, esposa, etc) são todos postos em segundo plano, para atender primeiramente a eles. Assim foi comigo e creio que seja com quase todas. Nos anulamos para servir à família. E é aí que mora o perigo.
Mudança em minha vida
por Isabel Rodrigues
Em dezembro de 2013 a estagiária do meu marido se formou. Postou no Face uma foto dela, agradecendo a todos que colaboraram e a ele pelos ensinamentos e apoio. Tudo muito normal. Mesmo. Deixo claro: não houve traição, não tenho dúvidas quanto a isso e não foi esse o motivo do agradecimento. A questão é: ele respondeu ao agradecimento dela, tecendo elogios ao comprometimento, garra, dedicação, empenho, que o mundo jurídico ganhara uma profissional brilhante.
Ele NUNCA, nunca mesmo, havia me elogiado. Nem uma vez. Eu ganhei medalha de ouro na minha colação de grau, passei na OAB com nota máxima. Era Gerente Jurídico antes de engravidar. Mas eu, naquele momento, era “só” alguém que conhecia Galinha Pintadinha, fralda, leite e produtos de limpeza. Não havia da minha parte, nenhum cuidado com meu visual. Afinal de contas: ficar bonita pra fazer faxina? Pra quê? Fazer unha hoje, pra lavar banheiro amanhã? Pra quê?
Brigamos.
“Você deixou de ser minha esposa e é só a mãe dos meus filhos. A gente não tem mais assunto!”
A resposta dele foi o estalo que me faltava. Aqueles eram os valores que importavam, e que ele admirava. E eu não tinha nenhum destes. Decisão tomada, e como diria Rita Lee: “um belo dia eu resolvi mudar, e fazer tudo que eu queria fazer”. Mudar era urgente! Como eu queria ser daqui a 5 anos?
Segmentei meus problemas, numa lista:
Disposição sexual: zero. (teve post sobre isso aqui, hein!);
Visual: mulambo (anônima, eu era confundível com os panos de limpeza);
Profissão: cadê meu amor por ela?
Autoestima: retirar do fundo do poço.
Amizades: onde estavam?
Tudo urgente.
Parti para a socialização e, neste ponto específico, devo muito ao Padecendo. Muito. Aqui eu encontrava mulheres iguais a mim, com as mesmas angústias, mesmas dúvidas. Tudo igual. Você acha que é melhor que alguém: está enganada. Aqui somos todas mães, umas com mais ou menos condições financeiras, com filhos sãos e filhos doentes, com ou sem ajudante em casa. Com maridos e sogras bacanas, ou não (!!!) Tudo igual. Porque, bem no fundo, a maternidade é um estado de espírito, não simplesmente de ter parido um bebê. Temos em comum o espírito da maternidade.
Eu, que não conhecia ninguém, fui a um encontro “Ensandecendo no Paraíso”. Lá, lembro-me bem, a Geralda disse: libido tem que estimular na sua mente, você tem que pensar, ler, ouvir, para que seu corpo queira. OK. Li aqui, nem sei quem deu a dica, sobre o floral Hibiscus: OK. Use lingeries, promova noites românticas sem filhos, faça isso, faça aquilo. Fiz tudo. Hoje, quem me conhece de perto sabe, sou a própria depravação.
Parece piada, mas não é:
Leve a sério sua sexualidade e que você quer.
COLOQUE-SE EM PRIMEIRO LUGAR NA SUA VIDA, inclusive sexual.
NÃO HÁ COMO MUDAR SUA VIDA SE VOCÊ NÃO FOR A SUA PRIORIDADE.
Até mesmo os filhos, tem que estar depois de você nesta ordem de coisas, porque se a mãe não está feliz, o filho sentirá. O filho saberá. É em benefício deles que eu cuidei de me alegrar com a minha vida.
Emagreci. Aos poucos, sem loucuras, sem angustiar-me numa dieta perigosa. Fui aos poucos, com determinação. Passei a me alimentar melhor, dentro do horário, com mais qualidade. Deixei de comer os restinhos dos filhos, o que toda mãe faz, não é?. Mas sem neurose. Queria comer BigMac, comia. Depois ficava sem o arroz por uns dias. Costumava por duas colheres de arroz, diminuí para uma. Reeduquei meus hábitos, porque sem isso, nunca haverá resultado. É o hábito que faz a dieta, não o contrário.
E aí, perdi minhas “roupas de gente gorda” (não vou mudar a expressão para amenizar o ego de nenhuma de vocês). Tive que comprar roupas novas. Oportunidade de mudar o visual. Deixei o cabelo crescer, fiz um corte bonito, que eu nem era acostumada. Arrisquei e gostei. Parei de roer unhas (a ansiedade é um problema sério) , mudei a cor do cabelo.
Retomei minha profissão, montando meu próprio escritório com minha amiga linda, parceira de longa data. E, como eu, mãe de duas crianças, com dificuldade de horário, disso e daquilo.
Sobre a vida profissional, uma observação importante: respeito muito quem OPTA por ficar em casa. Mas se essa não foi SUA opção, mas sim uma imposição de vários fatores, saia dessa já! Retome sua atividade. Seja no comércio, seja profissional liberal, seja puta, seja o que for: desde que seja aquilo que TE realiza. Faça uma reflexão honesta com você mesma e perceba se você realmente quis, ou se a vida está te obrigando a isso. Se houver um quê de obrigação, cuide para não haver frustração depois. E lembre-se: independência financeira é o que limita o seu cabresto.
Retomei antigas amizades, que foram sendo deixadas pra trás. E fiz novas amizades. Muitas! Com pessoas de todas as regiões, de todas as classes sociais, da mesma profissão, de outras áreas. Gente diferente de mim, mas com tanta história comum. De novo, aplausos ao Padecendo, onde conheci lindas amigas, que hoje moram no meu coração!!! Bebel Soares, muito obrigada por colocar seu projeto em execução. Muita luz em sua vida e em todas que te ajudam na realização disto tudo. A mudança em minha vida aconteceu porque eu quis mudar!
O resultado de tanta história: eu me refiz. Como uma fênix. Deixei de ser tão criteriosa quando me julgo, e passei a agir com mais generosidade em relação a mim mesma. Ao me colocar como prioridade, eu vi que posso conquistar tudo que eu quiser, porque eu tenho este poder. Eu conquistei o amor de minha vida: o amor-próprio, massacrado por inúmeras cobranças e regras que me foram sendo impostas. E hoje, não aceito que me tentem diminuir. Se vai dar certo ou errado, sou eu quem vai sofrer as consequências, então sou eu quem deve decidir.
Defeitos, tenho aos montes. Tenho celulites, mas nem por isso, deixo de mandar nudes pra seduzir. Tenho cansaço monstro pela rotina de trabalho e casa (sim, ainda é minha tarefa), tenho. Mas me chama pra tomar uma cervejinha? Lá vou eu! Porque a pia de louças pra lavar pertence a todos da casa e a minha vida, pertence só a mim.
Meu pai morreu de repente, nem conseguimos rezar um pai-nosso inteiro. E se eu morrer de repente, também? Entre o “nascer” e o “morrer”, está o “viver” e é somente sobre ele que podemos agir. E então, eu agi. Eu quis ser uma esposa melhor, eu quis ser uma mãe melhor, eu quis ser diferente daquilo tudo em que eu havia me transformado. E acabei encontrando em mim tanta força, tanta alegria de viver, que hoje, não há retorno. Muitos se aborreceram com isso, porque perderam a subserviente que lhes atendia a tempo e modo. Faz parte. Nem Nutella é unanimidade, não serei eu a agradar a todos.
Faça do jeito que você souber e conseguir.
Errou, tente de novo.
Tenha ousadia. Até acertar.
Não se permita diminuir para agradar ao outro.
Você não é tapete, é uma pessoa.
Olhe-se no espelho:
O que você tem de bonito? O sorriso? Ótimo! Batom nele! Ah..meu cabelo é feio… mude. Foco no que é bonito, dentro e fora de você. Sou divertida, engraçada, brincalhona. Tenho celulite, tenho pouco peito, minha barriga é flácida, mas sabe, quando vejo o todo, há equilíbrio. O que eu posso mudar, mudei. O que eu não posso, eu administro. Convivo com meus defeitos. Policio meus maus hábitos e busco corrigi-los.
Teste:
novos penteados
novas maquiagens.
Novas amizades
novos desejos
novos projetos
Como você quer estar daqui a 5 anos? Hoje sou a DIVA que sempre quis ser: sou linda, inteligente, independente (penso por mim, falo por mim, trepo por mim). Sim, “estou me achando”. Eu estava mesmo à minha procura.
Ah, São Pedro foi tão bom conosco esse ano! Teve muita chuva em janeiro, e precisávamos disso, mas no dia do bloco, ah, muito sol e calor! Que emoção ver a Charanga das Padês tocando para seis mil pessoas! Nada disso seria possível sem muito empenho e dedicação ao longo de todo o ano de 2015, mas o apoio de pessoas e empresas também foi fundamental para que tudo saísse conforme planejamos.
Nossos agradecimentos à
Bruna Tassis nossa fotógrafa oficial, aquela que acompanhou e registrou os ensaios da Charanga ao longo do ano e vem registrando lindamente todos os eventos do Padecendo no Paraíso.
Baiana do Acarajé por nos ceder o andar de cima para preparação e maquiagem da equipe.
à Belotur, Polícia Militar, SLU e BH Trans pelo apoio.
E mais do que tudo isso, temos que agradecer a um grupo lindo, que vem crescendo e se unindo cada vez mais, formado por mães que acreditam em sonhos. Obrigada a todas as padecentes que sonharam conosco! Que colocaram as próprias empresas nos apoiando, que fizeram posts para termos adesão na vaquinha e na compra da camiseta, que marcaram as amigas, que ajudaram a divulgar, que levaram suas famílias, que convidaram os amigos. A todos aqueles que estão conosco de coração! às seis mil pessoas que estiveram presentes tornando a nossa folia tão linda e alegre!
“Um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade.”
Arquiteta mineira morando em São Paulo desde 2017. Fundadora da Padecendo no Paraíso, colunista da Canguru, organizadora do livro “Manual da Boa Mãe” Dona de casa, blogueira, agitadora social, feminista.
Bebel é casada com o arquiteto Alexandre Lorentz e mãe do Felipe.
Sempre gostou de se envolver com as questões do universo feminino. Tem grande preocupação com o coletivo e acredita que é necessário unir forças para melhorar o mundo.
Por que a Charanga das Padês nos encanta? Não escondo de ninguém minha admiração e amor pelo Padecendo no Paraíso. Sentimento extensivo à Charanga das Padês. Por isso, como quem veste a camisa de um time, fui embora pra casa com um sorriso de vitória! E com um sentimento que garanto muitas compartilham: eu queria ser da charanga…Somos todos Charanga.
Somos todos Charanga
Marcela Nascimento
E por que a Charanga tanto nos encanta? Fácil responder. Porque tem verdade! Porque tem amor! E o que mais queremos nessa vida?
A Charanga tem gente comum, como eu, como você. Tem gente de exatas, de humanas, de biológicas. Tem gente!
Tem gente que doou seu tempo, se dedicou, trabalhou intensamente para que pudéssemos assistir aquele lindo espetáculo! Sim, espetáculo, porque elas não são mais amadoras.
E como é lindo ver aquela harmonia…
Mas mais encantador é perceber cada sorriso, cada olhar, independente do instrumento que toca, independente se na primeira ou na última fila do palco.
Foi lindo ver, foi lindo sentir.
Sim eu queria ser da charanga. Mas pensando bem…. Quem disse que eu não sou?
Somos todos Charanga!
Marcela Nascimento, membro do Padecendo no Paraíso, Padê, Charangueira de Coração, mãe do Caio.
Marcela entrou para a Charanga depois do Carnaval de 2016 e continua sendo Charanga, só que agora ela também toca e, no Padecendo na Folia de 2017 ela estava no Palco sentindo a emoção de tocar para uma multidão, tocar para ela e tocar para as amigas. Era só amor.