Nunca havia escutado ou estudado a respeito do autismo em toda a minha vida. Não sou nenhuma especialista. O que me levou a conhecer mais e procurar estudos foi o diagnóstico de meu filho e a constatar a importância do diagnóstico precoce do Autismo.
Ele foi diagnosticado antes dos três anos de idade. Poderia ter sido antes, sim, mas acredito que tudo acontece na sua hora. Talvez eu não estivesse preparada para receber esse diagnóstico antes. Talvez eu não fosse suportar ou acreditar.
A importância do diagnóstico precoce do Autismo
Por Fabíola Ivo
Mesmo tendo ocorrido aos três anos de idade foi uma conquista. Muitas vezes o diagnóstico acontece quando as crianças já estão maiores, ou quando já estão acontecendo os efeitos “negativos” como a perda da relação com as outras pessoas, da comunicação e do desenvolvimento, ou seja, a não interação social.
Sempre escuto de mães que não querem levar seus filhos a especialistas competentes, pois não querem medicar seus filhos. Talvez ainda não estejam preparadas para esse assunto, que realmente assusta no primeiro momento. Muitas pessoas não sabem que a principal parte do tratamento não é feita com medicamentos, e sim através de estímulos. A decisão de medicar ou não criança sempre acaba sendo dos pais. O médico não forca a isso! O mais importante a ser colocado é que essas crianças precisam o quanto antes de estímulo e dedicação.
Não é fácil, realmente, principalmente quando a criança não quer ficar na escola, ou não quer interagir com os amigos. Quando não consegue se comunicar ou se expressar de forma adequada. Eu tive dificuldades, quando via outras crianças se afastando porque meu filho não sabia brincar ou falar. Queria vê-lo jogando bola ou brincando de esconde-esconde com os colegas. Mas depois um tempo, e de muita ajuda, percebi que isso poderia acontecer, mas no seu tempo. E para isso, mais do que ninguém, eu deveria trabalhar arduamente.
Com estudos realizados, em vários países, já e possível perceber manifestações sutis do Autismo ate mesmo quando bebê. Aspectos envolvendo principalmente a interação e interesses sociais da criança que:
- Pode ter dificuldades de contato visual com a mãe até mesmo nas mamadas.
- Não acompanha com o olhar as pessoas, mesmo quando pede por algo.
- Pode ter irritabilidade em lugares com muito movimento ou barulho, dentre vários outros.
O diagnóstico é sempre clínico, feito por um médico especialista, porém os sinais já podem ser percebidos pelos pais ou familiares ainda quando bebê.
Nem sempre outras crianças terão o mesmo diagnóstico do meu filho, o mais importante é que elas, assim como meu filho, medicadas ou não, tenham muito estímulo, amor e dedicação desde cedo.
Hoje vibro quando meu filho consegue correr atrás de outras crianças, mesmo sem ele entender o motivo delas estarem correndo. Vibro quando me acorda de manha pedindo para ir para festa da fantasia (carnaval). Pedindo para ir a algum aniversário de coleguinha, o que antes era algo impossível.
A vitória destes pais, assim com a minha, não e única e sei que não vai cessar. Cada dia uma, e todos os dias a vejo.
Leia também:
Dia Mundial da Conscientização do Autismo – Andréa Werner Bonoli